Fiocruz, Ministério da Saúde e Anvisa investigam caso de idoso que morreu após tomar AstraZeneca
Homem de 83 anos tomou a vacina na sexta-feira (29/1) e morreu no dia seguinte. Até aqui, não se pode atribuir causa ao imunizante
atualizado
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A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Ministério da Saúde e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estão acompanhando o caso de um idoso de 83 anos que foi vacinado com o imunizante AstraZeneca/Oxford e faleceu. O óbito será investigado pelo Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais (Crie), órgão vinculado à Secretaria de Saúde do Amazonas, para saber se existe relação ou não com o fármaco ministrado. Até o fim da apuração, não é possível afirmar que a morte aconteceu em decorrência da aplicação do imunizante.
Ao Metrópoles, a Anvisa afirmou que a investigação segue o protocolo de vigilância epidemiológica e sanitária de eventos adversos pós-vacinação. “A Anvisa acompanha e aguarda os resultados, que poderão apontar ou descartar a relação de causalidade entre a aplicação do imunizante e o evento em Manaus”, afirmou a agência. Ainda de acordo com a Anvisa, diante do cenário de pandemia enfrentado pelo país, foi determinada “toda a urgência possível” para a conclusão da investigação.
No sábado (30/1), o Ministério da Saúde confirmou que havia sido comunicado pela vigilância em saúde do Amazonas sobre a morte do idoso. A Fundação Oswaldo Cruz, responsável no Brasil pela fórmula Oxford/AstraZeneca, também afirmou ter sido avisada. A expectativa é que a conclusão preliminar do Crie seja divulgada em 7 dias.
Em investigações deste tipo, vários fatores são analisados, entre eles, o histórico de saúde do paciente e as condições de conservação e aplicação da vacina. Também é coletado material biológico para exames. De acordo com informações repassadas por familiares, o idoso tinha pressão alta controlada e apresentava leves sintomas de gripe quando foi vacinado na última sexta (29/1). A morte aconteceu no dia seguinte à aplicação do imunizante.
Não é praxe suspender uma campanha de vacinação quando um evento adverso acontece, mas o caso demanda apuração para providências futuras. A população com mais de 80 anos de Manaus começou a ser vacinada na última sexta-feira (28/1), após a imunização dos profissionais de saúde. Isabel Hernandes, chefe da Divisão de Imunizações da Secretaria Municipal de Saúde, informou que a investigação do caso será conduzida com rigor. “Não podemos atribuir nenhum evento adverso à vacina até que a investigação do caso esteja concluída. A notificação é feita para acompanhamento e como estratégia para avaliar a segurança das vacinas”.
Restrições à vacina na Alemanha
Na última quinta-feira (28/1), a Comissão de Vacinação da Alemanha (STIKO) afirmou que não recomendava a vacinação de pessoas com mais de 65 anos com a fórmula desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. A restrição, entretanto, não foi feita levando em consideração a segurança da vacina, mas sim sua eficácia – a possibilidade de produzir uma boa resposta imunológica nos pacientes.
Em novembro de 2020, testes preliminares feitos pela AstraZeneca e publicados na revista científica The Lancet mostraram que a vacina teria demonstrado segurança e forte resposta imunológica em adultos de todas as idades, incluindo idosos com mais de 70 anos.