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Fiocruz: máscara com íons de prata tem vida útil reduzida por lavagens

Apesar de reconhecer ação antiviral da prata, cientistas afirmam que concentração do elemento químico diminui com a higienização do item

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Máscara de proteção facial oferece fone de ouvido e microfone integrados
1 de 1 Máscara de proteção facial oferece fone de ouvido e microfone integrados - Foto: Binatone/Divulgação

Em um estudo para avaliar a eficácia das máscaras de proteção facial feitas com íons de prata, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) observaram que elas têm a capacidade de matar vírus como o Sars-CoV-2 – denominada atividade biocida – reduzida a medida em que são lavadas. As evidências foram publicadas nessa quarta-feira (3/3), na revista Visa em Debate.

A prata é um elemento químico conhecido pela forte toxicidade para diversos microrganismos, sem nenhum dano à saúde das pessoas. Por isso as fábricas estão investindo em máscaras e roupas com prata, especialmente durante a pandemia da Covid-19.

Os pesquisadores do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz) e da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Ficocruz) observaram, no entanto, que a concentração da prata é reduzida a cada novo ciclo de lavagem, o que levanta questionamentos quanto a sua real efetividade para matar o coronavírus ao longo do tempo.

Eles analisaram dez amostras de máscaras comercializadas no Brasil, com fabricação caseira ou industrial. Seis delas com prata (Ag). As máscaras passaram por 30 ciclos de lavagem e secagem seguindo as orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e dos fabricantes. A cada cinco ciclos, uma quantidade de 0,1 g de cada máscara (equivalente a 3 cm²) foi coletada para avaliação.

Verificou-se uma redução na concentração de prata a cada novo ciclo. Os pesquisadores sugerem que as informações obtidas devem ser usadas para a fiscalização sanitária do controle de qualidade e a implementação de normas regulatórias.

“A forma como a Ag (prata) está presente nesses produtos é relevante. A forma iônica da Ag exibe atividade bactericida pela inibição de uma série de processos biológicos de bactérias e vem sendo usada há muito tempo, sem apresentar atividade carcinogênica ou mutagênica nos seres vivos. Porém, esse íon possui baixa estabilidade pois tende a reagir com ânions como Cl- (Cloro), HS- (Hássio) e SO4- (Sulfato) em água formando precipitados que diminuem sua atividade biocida”, conclui o artigo.

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