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Fiocruz alerta para nível crítico da pandemia de Covid-19 em abril

Grupo Observatório Covid-19 ressalta que a taxa de letalidade subiu e o serviço de saúde segue pressionado

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Hospital Ronaldo Gazolla, referência no tratamento de Covid no Rio de janeiro pacientes uti
1 de 1 Hospital Ronaldo Gazolla, referência no tratamento de Covid no Rio de janeiro pacientes uti - Foto: Aline Massuca/Metrópoles

O Observatório Covid-19, grupo de especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) que faz o monitoramento da pandemia de coronavírus, publicou, nesta terça (6/4), mais uma edição de seu boletim extraordinário. O documento alerta para a possibilidade da crise de saúde pública se agravar durante o mês de abril no Brasil.

De acordo com os pesquisadores, o vírus continua circulando de forma intensa no território nacional, com aceleração da transmissão. A taxa de letalidade, que estava por volta de 2% no final de 2020, chegou a 4,2%. A explicação do grupo para a alta é a falta de capacidade do serviço hospitalar de diagnosticar a tempo e de forma correta os casos graves, aliada à baixa capacidade de atendimento.

Para mitigar os efeitos da pandemia, os especialistas da Fiocruz defendem medidas drásticas. Entre as sugestões estão a proibição de eventos presenciais, como shows, congressos, atividades religiosas, esportivas e correlatas em todo território nacional; a suspensão das atividades presenciais de todos os níveis da educação do país e o toque de recolher nacional a partir das 20h até às 6h da manhã e durante os finais de semana.

Também defendem o fechamento das praias e bares; a adoção de trabalho remoto sempre que possível, tanto no setor público quanto no privado; a instituição de barreiras sanitárias nacionais e internacionais, considerados o fechamento dos aeroportos e do transporte interestadual; a adoção de medidas para redução da superlotação nos transportes coletivos urbanos e a ampliação da testagem e acompanhamento dos testados, com isolamento dos casos suspeitos e monitoramento dos contatos.

O pedido dos especialistas é que as medidas sejam adotadas em todos os estados, capitais e regiões de saúde com taxa de ocupação de leitos de UTI acima de 85%, e que sejam mantidas por pelo menos 14 dias, a depender da situação do local. Apenas três estados têm ocupação menor do que a porcentagem sugerida pela Fiocruz: Amazonas, Roraima e Paraíba.

Os pesquisadores querem ainda uma ação coordenada entre todos os níveis do governo (federal, estadual e municipal), assim como entre os poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário). “Coerência e convergência são fundamentais neste momento de crise para que as medidas de bloqueio sejam efetivamente adotadas de forma a sair do estado de colapso de saúde e progredir para uma etapa de medidas de mitigação da pandemia, diminuindo o número de mortes, casos e taxas de transmissão e efetivamente salvando vidas”, escrevem.

A aceleração da vacinação e a ampla testagem também são indicadas como ações importantes para frear a pandemia, assim como condições para que a população possa ficar em casa.

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