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Fim de ano: música alta e fogos de artifício podem afetar audição

Em ambientes fechados o som fica concentrado, não se propaga e ruídos acima de 85 decibéis podem causar danos aos ouvidos

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Reveillón 2016 – esplanada
1 de 1 Reveillón 2016 – esplanada - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

As festas de fim de ano estão aí e todo mundo está se preparando para elas. Além da tradicional comilança e da troca de presentes, sempre há muito barulho nas comemorações.

Encontros com grandes aglomerados de gente, música alta e fogos de artifício podem causar danos à audição. Mas, calma. Não precisa ser antissocial, basta tomar alguns cuidados.

As conversas em tom de voz elevado e as músicas que animam as festas podem trazer prejuízos à audição, a longo prazo. Isso ocorre porque em ambientes fechados o som fica concentrado, não se propaga e ruídos acima de 85 decibéis podem provocar danos ao aparelho auditivo.

“Após quatro horas de exposição a ruídos acima de 90 decibéis, o indivíduo poderá ter sua acuidade auditiva afetada”, explica a fonoaudióloga Marcella Vidal, da Telex Soluções Auditivas. A dica da especialista seria limitar a exposição ou procurar ambientes mais tranquilos.

Os fogos de artifício também podem afetar à audição. O barulho excessivo causado pelos rojões pode acarretar em perda auditiva severa ou trauma acústico, com perda de audição temporária ou, até mesmo, definitiva  – nos casos mais graves.

Isso acontece porque o estrondo dos fogos, principalmente, dos rojões, é inesperado. O forte ruído pode chegar a uma intensidade de 140 decibéis. Para se ter uma ideia do quão forte é esse barulho, um avião durante a decolagem produz um som de 130 dB.

A perda de audição é cumulativa, não costuma se manifestar imediatamente. Os principais sintomas de que a audição está prejudicada são a sensação de pressão ou “ouvido tampado”, dores de cabeça, zumbidos ou dificuldades para escutar e entender o que outras pessoas falam. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o zumbido afeta 278 milhões de pessoas. No Brasil, são 28 milhões que convivem com o sintoma.

“O som entra pelo conduto auditivo até chegar à cóclea, onde ficam as células ciliadas, que são os receptores sensoriais do sistema auditivo. Com a exposição intensa a altos volumes sonoros as células vão morrendo e, como não são regeneradas pelo organismo, a audição vai diminuindo de forma lenta, mas progressiva. É o que se denomina Perda Auditiva Induzida por Nível de Pressão Sonora Elevada (PAINPSE). Ela é irreversível e pode se agravar ao longo dos anos”, explica a fonoaudióloga.

Para evitar que a orelha seja afetada, o ideal é manter-se distante do local da queima de fogos. Em meio à festa, no entanto, se for inevitável ficar próximo, a fonoaudióloga Marcella Vidal aconselha o uso de protetores auriculares.

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