Festas de aniversário em casa aumentaram contágio da Covid, diz estudo
Pesquisadores cruzaram data de aniversário de familiar com uso de plano de saúde e perceberam aumento de um terço na contaminação
atualizado
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Desde o início da pandemia de Covid-19, uma das principais medidas decretadas para evitar a disseminação do vírus foi o fim das aglomerações. Nada de festival, Carnaval, festas enormes ou confraternizações de fim de ano: a ideia era aumentar o espaço entre as pessoas e evitar que o coronavírus circulasse. Porém, as reuniões continuaram acontecendo, ainda que de forma bem mais tímida, dentro de casa.
Pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, da RAND Corporation e Castlight Health usaram a criatividade para medir o impacto desses pequenos encontros na transmissão do vírus. Eles cruzaram os dados de pessoas que usaram o plano de saúde com as datas de aniversário dos indivíduos da mesma família, e descobriram que um aniversário próximo aumenta o risco de Covid em quase um terço em locais onde a contaminação está descontrolada.
O estudo foi publicado na revista científica Jama Internal Medicine em 21/6. A teoria dos cientistas é que o aumento no risco tem a ver com festas de aniversário. A maior parte dos casos de Covid estudados aconteceu nas semanas seguintes ao aniversário de uma criança. Enquanto adultos conseguem adaptar a comemoração, a festa infantil é quase obrigatória, e gera decepção no aniversariante quando não acontece.
A maioria dos eventos foi diminuída para abrigar poucos familiares e amigos mais próximos. Em entrevista ao jornal The New York Times, K.J Seung, chefe de estratégia e política na resposta do estado de Massachusetts à pandemia, explica que é muito difícil encontrar as pessoas que foram contaminadas neste tipo de evento. Alguns não admitem que participaram, esquecem, ou não acreditam que ter recebido um amigo em casa foi o suficiente para ser contaminado.
“As pessoas acham que sua casa é um local seguro e, por isso, quando você recebe amigos e família, não parece arriscado”, comenta Ashish Jha, reitor da escola de saúde pública da Universidade Brown. Os pesquisadores alertam que o cenário pode estar mudando com o avanço da vacinação. Porém, como crianças ainda não estão sendo vacinadas, esse tipo de encontro ainda segue perigoso para os pequenos e pessoas não imunizadas.
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