Férias e Covid: saiba como escolher destino mais seguro para viajar
Pesquisador da Fiocruz explica os fatores que devem ser levados em consideração antes de fechar o pacote de férias
atualizado
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A aproximação do fim do ano, com os recessos e as férias escolares, leva muitas famílias a se perguntarem sobre a possibilidade de viagens seguras apesar de a pandemia do novo coronavírus não ter acabado.
Na avaliação do pesquisador Carlos Machado, coordenador do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a escolha do destino deve ser avaliada com cautela, levando em consideração as características do lugar e os indicadores epidemiológicos.
“A gente projeta que no início do próximo ano o cenário estará melhor se o ritmo de vacinação for mantido e as medidas de uso de máscara e distanciamento social continuarem sendo respeitadas”, afirma Machado, um dos autores do boletim da Fiocruz que avalia a incidência da Covid-19 no Brasil a partir dos dados sobre a taxa de ocupação de leitos de UTI e da cobertura vacinal.
Veja quais são os sintomas mais frequentes de Covid-19:
Como avaliar o destino?
Na avaliação do pesquisador, é difícil dizer se viagens para determinado local serão seguras daqui a dois meses antes, mas alguns indicadores podem ajudar na decisão. De acordo com ele:
- O destino deve estar com a campanha de vacinação avançada;
- Também precisa apresentar queda sustentada de casos e óbitos de Covid-19 nas últimas cinco semanas;
- Ter a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid abaixo de 50%.
Destinos de natureza saem na frente por possuírem opções de lazer ao ar livre, com circulação de ar natural. Mas o viajante também deve ficar atento ao fluxo de pessoas na localidade. Cidades com alta concentração populacional tendem a ter maiores aglomerações e, por isso, há maior chance de circulação do vírus.
“Ainda é um momento para as pessoas irem para lugares onde consigam evitar aglomerações”, afirma Machado. “Em princípio, dá para ficar sem máscara na praia mas, se a praia estiver lotada, com aglomeração de pessoas, melhor não dispensar o item de proteção”, pondera.
Passaporte de vacinas
Ao reabrir as fronteiras, alguns países passaram a fazer exigências para receber os turistas. Alemanha, Bélgica, Canadá, Espanha, França, Holanda, Irlanda e Suíça, por exemplo, liberaram a entrada de brasileiros que comprovem a vacinação completa contra a Covid-19.
Portugal, por outro lado, não pede o comprovante, mas exige um teste PCR negativo feito com até 72 horas de antecedência ao embarque, ou um teste rápido de antígeno realizado dentro do prazo de 48 horas do voo.
O pesquisador da Fiocruz enxerga a exigência como uma medida importante tanto para evitar novos focos de transmissão do vírus como para estimular a vacinação no Brasil. Ele sugere que o mesmo seja feito em território nacional, em voos domésticos.
“O passaporte de vacinas agora é uma importante ferramenta para garantir que as pessoas se vacinem e tomem a segunda dose”, incentiva. “Temos que ter medidas que garantam que as pessoas possam viajar de forma segura de avião ou ônibus”, afirma.