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Febre oropouche: saiba como é transmitida e quais os riscos da doença

Após a confirmação de duas mortes relacionadas à doença na Bahia, as primeiras do mundo, Ministério da Saúde reforçou cuidados

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Reprodução/Entomological Society of America
Foto mostra mosquitos em análise em laboratório
1 de 1 Foto mostra mosquitos em análise em laboratório - Foto: Reprodução/Entomological Society of America

O Ministério da Saúde (MS) confirmou nessa quinta-feira (25/7) duas mortes por febre oropouche na Bahia. Até o momento, não havia relato na literatura científica mundial sobre a ocorrência de óbito pela doença. As mortes aconteceram em maio e junho deste ano no estado que originalmente não tinha transmissão endêmica do vírus.

Com o número de casos batendo recordes e agora com a novidade das mortes, aumenta as preocupações tanto da sociedade como dos órgãos de saúde e do governo para melhorar a vigilância e entender melhor o que é a febre oropouche, que até então era restrita.

“A descoberta desses óbitos tem um impacto significativo. Agora precisamos investigar mais a fundo essa doença, entender melhor como ela age no corpo humano e verificar se há novas variantes do vírus que são mais perigosas”, afirma o infectologista Leonardo Weissmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e professor da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), campus Guarujá.

A febre oropouche é uma doença causada por um vírus transmitido principalmente pelo mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, que é natural da região amazônica. Ao longo de 2024, no entanto, a doença vem se espalhando pelo país e já havia entrado no radar dos médicos.

Qual o risco de pegar a doença?

Especialistas apontam que os casos podem estar sendo subestimados. O risco de ser infectado com o vírus oropouche não pode ser facilmente medido, já que a doença circula de forma parecida com a dengue, chikungunya e a zika e pode ser facilmente confundida com elas em seus sintomas.

Por isso, só é possível medir a confirmação de casos por exames laboratoriais. O boletim epidemiológico divulgado em julho pelo MS indicou que houve 6.976 casos da doença no país ao longo dos seis primeiros meses deste ano. O número é mais de oito vezes superior ao que foi computado no ano inteiro de 2023, quando apenas 831 casos haviam sido confirmados.

Além da Bahia e dos estados da região Norte do país, onde a doença já era conhecida, este ano houve registros da doença em Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Mato Grosso, Piauí, Pernambuco e Maranhão.

“A febre oropouche era endêmica, mas a mobilidade humana, as mudanças climáticas e a urbanização desordenada parecem ter levado o vírus para novas regiões e devemos fazer uma atualização das estratégias de manejo clínico e das orientações para os profissionais de saúde sobre a gravidade potencial da doença”, completa o infectologista.

Imagem de microscópio retrata o mosquito Culicoides paraenses, transmissor da febre oropouche - Metrópoles
Imagem de microscópio retrata o mosquito Culicoides paraenses, o maruim, principal transmissor da febre oropouche

Quais os sintomas da oropouche?

Os sintomas da arbovirose são parecidos com os da dengue e da chikungunya, com febre, dor de cabeça, dor muscular e articular. Outros sintomas, como tontura, dor atrás do olhos, calafrios, fotofobia, náuseas e vômitos também são relatados. Casos mais graves podem levar à meningite, uma inflamação de tecidos que recobrem o cérebro.

“A doença geralmente tem um curso autolimitado, com os sintomas resolvendo-se em uma a duas semanas. Os óbitos recém-descobertos podem indicar, porém, que ela está atingindo mais fortemente algum grupo social com comorbidades que precisam ser averiguadas. Além disso, a semelhança com outras arboviroses pode complicar o diagnóstico clínico sem testes laboratoriais específicos”, aponta Weismann.

Para evitar o contágio, é preciso tomar medidas preventivas para evitar a picada de mosquitos, como o uso de repelentes e a instalação de telas em janelas, e evitar a manutenção de criadouros. Ainda não existem vacinas ou tratamentos antivirais específicos para a doença.

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