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Febre oropouche: saiba o que é, os sintomas e risco de disseminação

Em dois meses, doença infecciosa teve mais casos que em 2023 e infectologistas alertam para riscos de disseminação além da região Norte

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Imagem de microscópio retrata o mosquito Culicoides paraenses, transmissor da febre oropouche - Metrópoles
1 de 1 Imagem de microscópio retrata o mosquito Culicoides paraenses, transmissor da febre oropouche - Metrópoles - Foto: INPA/Reprodução/L.P.C. Carvalho

Enquanto o país se preocupa com a epidemia de dengue, que já tem mais de um milhão de casos suspeitos desde o início de 2024, o Brasil vive outro surto de uma doença transmitida por mosquitos: a febre oropouche.

Já foram registrados 1.674 casos este ano no Amazonas, segundo dados divulgados nessa quinta-feira (29/2). O número é quase 70% maior do que os diagnósticos contabilizados em 2023 inteiro — foram 995 ocorrências.

Além do Amazonas, Acre e Rondônia também têm registrado aumento de casos, mas o que acendeu o alerta entre os especialistas em saúde pública foi o caso de um paciente infectado no Rio de Janeiro. O homem esteve recentemente no Amazonas.

O que é a febre oropouche?

A febre oropouche é uma doença viral endêmica da Amazônia e vem causando surtos no Brasil desde a década de 1970. Ela é transmitida pela picada do mosquito Culicoides paraenses, popularmente conhecido como maruim, e é considerada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) um dos arbovírus emergentes de maior risco em circulação no Brasil.

Corremos risco dos casos se espalharem?

Embora a doença dependa diretamente das picadas do matuim, que é endêmico da floresta amazônica, os infectologistas alertam que outras zonas do país não estão seguras.

“A mobilidade humana, as mudanças climáticas e a urbanização desordenada podem facilitar o deslocamento deste vírus para novas regiões conforme se criem condições favoráveis para espalhamento dos vetores”, explica o infectologista Leonardo Weissmann, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas e professor da Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP).

Além disso, para o infectologista Werciley Júnior, coordenador de Infectologia do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, existe uma chance de o vírus se adaptar e passar a usar outros mosquitos, como o Aedes aegypti, como hospedeiros. Nesses casos, ela poderia se tornar ainda mais grave.

“Quando pessoas que vão para a região Norte trazem o vírus para outras áreas, como ocorreu no Rio e já houve em Curitiba, ele pode se adaptar dentro dos insetos do local e se espalhar assim”, afirma Werciley.

Quais são os principais sintomas?

Além de ter uma forma de transmissão parecida com a da dengue, a febre oropouche também tem sintomas semelhantes, com febre, mal-estar, fadiga, dores musculares e desconfortos intestinais.

“Em alguns casos mais graves, pode ocorrer meningite, que é uma inflamação da película que cobre o cérebro. A febre oropouche, no entanto, raramente é fatal e, em geral, os sintomas se resolvem em até duas semanas. No entanto, a semelhança com outras arboviroses pode complicar o diagnóstico clínico sem testes laboratoriais específicos”, alerta Weissmann.

Werciley lembra que há um maior risco de casos fatais em idosos e pessoas imunosuprimidas.

Tem tratamento?

Não existe tratamento específico para a febre oropouche ou vacinas específicas contra a arbovirose. Normalmente, o cuidado é feito com controle dos sintomas e monitoramento do desenvolvimento da doença.

Como prevenir?

A melhor forma de combater a febre oropouche é controlar sua disseminação usando métodos já conhecidos para afastar mosquitos, evitando o acúmulo de lixo e de água parada, e com campanhas para evitar a reprodução deles em áreas urbanas.

“A vigilância epidemiológica e o controle de vetores são essenciais para mitigar o risco de infecção e de espalhamento da doença”, conclui Weissmann.

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