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Febre hemorrágica brasileira põe em alerta cinco cidades de SP

De acordo com o secretário de Saúde de Sorocaba, Ademir Watanabe, é pouco provável que o homem tenha adquirido o vírus na cidade onde morava

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1 de 1 vírus - Foto: Reprodução/Daily Mail

O morador de Sorocaba que morreu no dia 11/01/2020 com o primeiro caso recente de febre hemorrágica brasileira, passou por cinco cidades do interior de São Paulo no período em que teria se infectado. Além de Sorocaba, onde mora, o homem de 52 anos esteve em Itapeva e Itaporanga, no sudoeste paulista, e em Eldorado e Pariquera-Açu, no Vale do Ribeira.  A mulher da vítima e uma irmã do homem estão sob monitoramento.

“Orientamos as duas para que fiquem isoladas, em quarentena, pelo menos até o dia o dia 03/02/2020, quando vence o período máximo de possível transmissão. Também pedimos que evitem compartilhar copos, talheres, roupas e objetos de uso pessoal com outras pessoas”, afirmou a médica infectologista Priscilla Helena dos Santos, coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Sorocaba.

De acordo com o secretário de Saúde de Sorocaba, Ademir Watanabe, é pouco provável que o homem tenha adquirido o vírus na cidade onde morava.  Segundo ele, os locais mais prováveis de contaminação são áreas rurais de Itapeva e Itaporanga, onde o paciente esteve. “Existe o relato de que em uma dessas localidades há um paiol com a presença de roedores, ratos do campo, que são os transmissores da doença. Na casa em que ele morava com a companheira, em Sorocaba, não existe a presença de ratos silvestres, que são o reservatório natural do arenavírus.” Mesmo assim, segundo ele, todas as pessoas que tiveram contato com o paciente estão sendo monitoradas. A Vigilância Epidemiológica Estadual já orientou as medidas de bloqueio nas cidades visitadas pelo paciente.

Conforme o secretário, os deslocamentos do paciente foram reconstituídos para a adoção das medidas de bloqueio. No período de 01/12/2019 a 05/12/2019 ele permaneceu em Sorocaba, em sua casa na Vila Carvalho, viajando em seguida para Eldorado, no Vale do Ribeira, onde tem parentes. No dia 15/12/2019, retornou para Sorocaba e, no dia 21/12/2019, viajou para Itapeva, no sudoeste paulista. No dia seguinte, o homem se deslocou para Itaporanga, cidade da mesma região, permanecendo até o dia 26/12/2019, quando retornou para Sorocaba.

No dia 29/12/2019, um dia antes de apresentar os sintomas, ele viajou novamente para Eldorado, onde procurou uma unidade de saúde já com os sintomas iniciais da doença. O quadro inicial, de dor no abdômen, náuseas e dores musculares, evoluiu para febre alta, queda de pressão, confusão mental e hemorragia. O paciente foi transferido para o Hospital Regional de Pariquera-Açu e, em seguida, para o Hospital das Clínicas de São Paulo.

De acordo com o secretário, a pasta municipal foi notificada no dia 07/01/2020 pelo Hospital das Clínicas de São Paulo e iniciou as investigações epidemiológicas. “Havia suspeita inicial de febre amarela, por ele ter viajado para o Vale do Ribeira, mas os sintomas eram diferentes e ele havia sido vacinado contra essa doença. Como havia ratos urbanos na região em que mora, nós passamos a investigar também a leptospirose. O fato é que, em nenhum momento, esse paciente foi atendido em Sorocaba, o que reduz o risco de contaminação aqui”, disse.

Sintomas
Conforme a médica infectologista Priscilla Helena dos Santos, coordenadora da Vigilância Epidemiológica municipal, a população do entorno da residência do paciente foi alertada para ficar atenta aos sintomas da doença. Os sinais iniciais são: febre, dor de cabeça, dor abdominal forte, sonolência, prostração, queda de pressão, tontura e confusão mental. Em seguida, é constatado o comprometimento hepático (icterícia) e sinais de hemorragia. A rede municipal foi posta em alerta para avaliar a possibilidade de contaminação pelo arenavírus em caso de sintomas parecidos.

A médica alerta para a necessidade de procurar uma unidade de saúde tão logo os primeiros sintomas se manifestem. “Eles são parecidos, inicialmente, com os sintomas da dengue, da febre amarela e de outras doenças graves, como a leptospirose. Todas são doenças importantes, então não há que ter hesitação: deve-se procurar atendimento médico imediato”, disse. Embora a doença ainda seja pouco pesquisada, sabe-se que o arenavírus é transmitido pelas fezes e excreções do rato silvestre, que vive em matas, mas infesta paióis, lavouras de grãos e depósitos de cereais. A doença difere da leptospirose, pois esta é transmitida pelas fezes e urina de rato doméstico – ratazana, rato de telhado e camundongo – e é causada por uma bactéria.

No Brasil, há histórico de quatro casos humanos de febre hemorrágica brasileira causada pelo mesmo vírus, o último deles detectado em 1999, em um paciente de 32 anos, residente em Espírito Santo do Pinhal, interior paulista. O homem, morador da zona rural e operador de máquinas de café, ficou internado sete dias e acabou morrendo.

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