Faustão: saiba em que casos um transplante de rim é indicado
Faustão foi internado no final de semana após apresentar problemas renais. Ele passou por transplante na segunda-feira (26/2)
atualizado
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O apresentador Fausto Silva, 73 anos, passou por um transplante de rim nessa segunda-feira (26/2), em São Paulo, após apresentar problemas renais. O procedimento ocorreu seis meses após ele realizar um transplante de coração.
Desde setembro do ano passado, o apresentador faz sessões de diálise três vezes por semana, segundo confirmou um amigo do artista ao jornal Folha de S. Paulo.
O procedimento serve para filtrar o sangue e remover o excesso de líquidos do corpo, ajudando o coração a funcionar. A técnica é fundamental para a saúde de Faustão, que teve os órgãos prejudicados por causa da insuficiência cardíaca que o levou a precisar de um transplante de coração em agosto de 2023.
“O coração e o rim são interligados. O primeiro bombeia sangue para nutrir os órgãos, e o segundo filtra o fluido o tempo inteiro. Logo, sempre que temos qualquer problema no coração, como uma insuficiência cardíaca, a função renal pode ficar sobrecarregada porque terá uma falha no bombeamento adequado para o órgão”, explica o nefrologista Pedro Mendes, do Hospital Brasília, da rede Dasa no DF.
Em contrapartida, quando o rim funciona menos, ele retém mais líquido e sobrecarrega o coração, entrando em um ciclo vicioso. Por isso, segundo o médico, é muito comum pacientes com insuficiência cardíaca desenvolverem doença renal crônica.
Quando o transplante de rim é indicado?
O transplante de rim é uma opção de tratamento para os pacientes que sofrem de doença renal crônica avançada.
Nesses casos, o indivíduo recebe um rim saudável de uma pessoa viva ou falecida para que o órgão possa exercer corretamente as funções de filtração e eliminação de líquidos e toxinas.
A doença renal crônica é a diminuição da função do rim de forma permanente e irreversível. “Quando o órgão começa a funcionar menos do que ele deveria por pelo menos 90 dias, isso se caracteriza como doença renal crônica”, explica Mendes.
De acordo com o médico, no estágio mais avançado, o rim passa a funcionar com menos de 15% de sua capacidade. Normalmente, o paciente nessa situação tem dificuldade de manter uma boa qualidade de vida e passa a ter sintomas como fraqueza, inchaço, piora do controle da pressão e diminuição do apetite.
“Por isso, todo indivíduo que tenha função renal abaixo de 15% tem indicação à terapia renal substitutiva – algum tratamento que substitua o rim, como hemodiálise ou transplante renal”, afirma o nefrologista.
Procedimento mais simples
Segundo Mendes, diferente de outros órgãos, que o transplante é um caso de vida ou morte feito quando outros tratamentos clínicos já falharam, para o rim, sempre que há a indicação para hemodiálise, automaticamente o paciente entra na fila do transplante.
“Comparando com outros órgãos, o transplante de rim é tecnicamente mais simples na maioria dos casos porque ele não é feito na urgência. É um paciente que está fazendo hemodiálise, está compensando clinicamente, e consegue fazer o procedimento em um cenário muito mais controlado, tolerando mais dias em fila”, explica Mendes.
Recuperação
A recuperação costuma acontecer nos primeiros dias em unidade de terapia intensiva (UTI), seguida por internação em quarto. A recuperação total depende de fatores como o tipo do doador, como foi a cirurgia e quanto tempo o órgão ficou fora do corpo.
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