Expectativa de vida humana pode chegar a 130 anos neste século
Pesquisa mostra que número de supercentenários provavelmente continuará a aumentar e recorde de pessoa mais velha será batido até 2100
atualizado
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Quanto tempo uma pessoa pode viver? A resposta da ciência nunca foi exata sobre este tema, mas estimativas de pesquisadores da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, sugerem que a expectativa de vida dos seres humanos pode alcançar os 130 anos, em casos raros, até o final deste século.
Segundo o novo projeto sobre a longevidade humana, publicado em 30 de junho na Demographic Research, o número de “supercentenários” – pessoas que vivem até os 110 anos ou mais – provavelmente continuará a aumentar lentamente até 2100. As estimativas, de acordo com a pesquisa, é de vida útil de 125 ou até 130 anos.
“Com este trabalho, quantificamos a probabilidade de acreditarmos que algum indivíduo atingirá várias idades extremas neste século”, afirmou o autor principal, Michael Pearce, um estudante de doutorado em estatística da UW.
Limites da idade
Existem hoje cerca de 500 mil centenários, de 100 a 110 anos, o que é a maior incidência de casos na história. O século 20 se destacou, também, pelo surgimento de alguns supercentenários e, apesar de poucos estarem vivos agora, seus aparecimentos indicam uma inclinação importante para a comunidade global.
Utilizando modelagem estatística para examinar os extremos da vida humana, o estudo foi fundamentado nos possíveis limites para a chamada “idade máxima relatada na morte”, colocando especialistas para discutir sobre as condições de se atingir os patamares de supercentenários.
Dessa forma, a equipe questionou qual a maior idade humana que existirá até o ano de 2100 e, usando a conhecida ferramenta de estatísticas bayesianas, chegaram ao cálculo.
Recorrendo também à atualização mais recente do Banco de Dados Internacional sobre Longevidade, que rastreia supercentenários de dez países europeus, além do Canadá, Japão e Estados Unidos, as projeções para a idade máxima entre 2020 e 2100 indicaram 100% da probabilidade de que o registro recorde de pessoa mais velha – atualmente da francesa Jeanne Calment, que morreu aos 122 anos e 164 dias, em 1997 — seja facilmente quebrado neste século.
A pesquisa também destaca que é grande a probabilidade de uma pessoa viver mais, até 124 anos (99% de probabilidade) e até 127 anos (68% de probabilidade); uma expectativa de vida ainda maior é possível, mas muito menos provável, com uma probabilidade de 13% de alguém viver até os 130 anos; e que é “extremamente improvável” que alguém vivesse até 135 anos neste século.
É fato, no entanto, que a longevidade é impactada de acordo com a definição de políticas governamentais e econômicas, bem como das próprias decisões de saúde e estilo de vida dos indivíduos, como esclarece a pesquisa.
Os pesquisadores explicam que, como os supercentenários são excepcionais, as chances de quebrar o recorde da idade atual só aumentam se o número de pessoas inseridas nesse grupo também crescer significativamente. Com uma população global em constante expansão, pode-se prever que isto não será impossível.
Candidata a recorde
A pessoa mais velha do mundo hoje, verificada pelo Gerontology Research Group, é a japonesa Kane Tanaka, de 118 anos. Ela é a principal candidata a bater o recorde de Jeanne Calment.