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Exercícios na água aliviam mais dor lombar crônica, diz estudo

A pesquisa observou 113 indivíduos, por 12 meses, e destaca benefícios da fisioterapia na água para esse tipo de dor

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ilustração de mulher com dor na lombar, colorida
1 de 1 ilustração de mulher com dor na lombar, colorida - Foto: GettyImages

Exercícios de fisioterapia realizados na água podem trazer resultados melhores do que o tratamento tradicional para as dores crônicas na região lombar. A conclusão é de um estudo publicado no periódico científico JAMA Open, que acompanhou 113 indivíduos com a condição, durante três meses.

No período do estudo, os participantes foram divididos em dois grupos: metade fez os exercícios de fisioterapia na água; e a outra metade recebeu um tratamento mais tradicional, de eletroestimulação transcutânea do nervo e aplicação de luz infravermelha. Em ambos os casos, as intervenções eram conduzidas por 60 minutos, duas vezes por semana.

Nos resultados, os pesquisadores observaram que 3,5% dos pacientes que passaram pela terapia tradicional ainda sentiam dores nas costas, enquanto apenas 1,8% dos indivíduos que se exercitaram na água tinham a mesma queixa. A melhora foi observada mesmo 12 meses após a intervenção.

Também chamada de lombalgia, a dor lombar crônica afeta cerca de 4,2% das pessoas entre 24 e 39 anos e pode chegar a quase 20%, entre 20 e 59 anos. No Brasil, a prevalência entre idosos pode chegar a 25,4%, de acordo com uma revisão publicada na Revista de Saúde Pública, em 2020.

Dados do Ministério da Saúde indicam que mais de 55 mil trabalhadores pediram afastamento entre janeiro e julho de 2021 por problemas na coluna – foi a segunda maior causa de licenças médicas naquele ano, perdendo apenas para as dispensas provocadas pela covid-19.

 Terapia na água tem benefícios, mas não é “salvadora”

A hidroterapia, como a fisioterapia realizada na água é chamada, em vários benefícios, já que o meio líquido promove um ganho importante de força muscular pela resistência natural que a água oferece. “Outros fatores benéficos são uma melhora no equilíbrio, redução de impacto, ausência de risco de quedas e relaxamento muscular, quando a temperatura da água está adequada”, afirma Diego Leite, especialista em Fisiologia do Exercício e fisiologista do HCor.

No entanto, ela não deve ser vista como a única solução ou melhores que todas as outras terapias para dor crônica na coluna. “Cada tratamento exige uma avaliação individual e recomendação específica. Assim como atividades aquáticas podem ser boas para um determinado grupo, elas podem não ser a melhor alternativa para outros”, explica o especialista, que também é diretor da DLB Assessoria Esportiva.

Dois fatores que devem ser considerados neste caso são o custo, já que a hidroterapia costuma ser mais cara, e a exposição do corpo, que pode não ser indicada para alguns pacientes mais frágeis. “A recomendação de qual tratamento deve ser seguido é pautada no diagnóstico e no protocolo para uma lesão específica. A hidroterapia pode ser a terapia principal ou complementar, por exemplo, ou nem recomendada, mas o que prevalece é sempre a orientação médica.”

O que causa a dor lombar?

A lombalgia pode ser provocada por diversos fatores e é considerada crônica quando persiste por mais de três meses seguidos. As causas mais comuns são:

  • Hereditariedade;
  • Doenças degenerativas e inflamatórias;
  • Fraqueza muscular;
  • Sobrepeso e obesidade;
  • Desequilíbrio muscular.

O principal fator que costuma desencadear a lombalgia, no entanto, é a má postura – uma questão que ficou ainda mais evidente durante a pandemia, quando o esquema de home office foi adotado amplamente pelas empresas.

Quando a fisioterapia é recomendada?

De acordo com o fisiologista do esporte, a região lombar costuma ser uma área sensível e, quando se encontra em estado inflamatório, pode limitar os movimentos do indivíduo. Por isso, costuma-se recomendar sessões de fisioterapia, caso a dor não cesse mesmo com repouso. O diagnóstico do grau da lesão e a duração do tratamento devem ser feitos apenas pelo médico ortopedista.

Em um primeiro momento, o trabalho da fisioterapia costuma ser focado no alívio da dor, utilizando eletroestimulação e terapia de calor (como a luz infravermelha). Em um segundo momento, são feitos alongamentos para ganhar amplitude de movimento e exercícios para o fortalecimento muscular.

Leite reforça, no entanto, que não existe “receita de bolo” e que cada caso é único, devendo ser avaliado de forma particular. “Dependendo do grau de inflamação e do perfil da pessoa, recomendamos a fisioterapia como primeiro tratamento e depois exercícios de Pilates para manter o ganho adquirido”, explica o especialista. (Fonte: Agência Einstein).

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