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Pode fazer exercício físico em tratamento de câncer? Veja recomendação

Conheça diretrizes do manual de atividades físicas para pacientes do câncer, que foi lançado no Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

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Foto de mulher de cabelo raspado se alongando antes de exercício ao ar livre - Metrópoles
1 de 1 Foto de mulher de cabelo raspado se alongando antes de exercício ao ar livre - Metrópoles - Foto: Getty Images

Rio de Janeiro – A prática regular de exercícios físicos é reconhecida como uma estratégia importante para a prevenção do câncer. E a comunidade médica concorda que ela não deve ser negligenciada mesmo após o diagnóstico.

Os médicos defendem que se manter ativo – desde que possível – durante o tratamento pode evitar ou minimizar as sequelas deixadas pela doença e/ou pelos medicamentos usados. Em alguns casos, como os de cânceres de mama, de próstata e colorretal, já há estudos associando os exercícios físicos a riscos menores de recidivas.

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) lançou o Manual de Recomendações de Atividade Física Durante e Após Tratamento Oncológico, na sexta-feira (17/11), durante o 24º Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica. As instruções foram compiladas por pesquisadores do Instituto de Câncer (Inca) e da Sociedade Brasileira de Atividade Física e Saúde (SBAFS).

“Os pacientes perguntam se podem fazer atividades físicas com câncer. A minha resposta é: devem! Nós temos que estimular os exercícios mesmo durante o tratamento. Se eles forem bem dosados, vão proporcionar melhoria na qualidade de vida do paciente”, afirma o oncologista Otávio Martucci, coordenador do Serviço de Oncologia do Radium Instituto de Oncologia de Campinas (SP), em entrevista ao Metrópoles.

O educador físico Rafael Deminice, um dos autores do manual recém lançado, conta que a dúvida sobre fazer ou não exercícios é comum entre os pacientes oncológicos. O propósito do documento foi alertar para a importância das atividades e motivá-los. “As orientações foram elaboradas de acordo com informações científicas e buscamos contextualizá-las de maneira simples para que sejam utéis aos pacientes”, detalha o pesquisador.

As possibilidades de atividades físicas para os pacientes com câncer são muitas, desde as tarefas do dia a dia até caminhar, andar de bicicleta, ou dançar. Dependendo das condições de saúde, os esportes recreativos também estão liberados, bem como exercícios de ginástica e musculação.

De acordo com Deminice, mesmo pacientes com metástase no pulmão ou em cuidados paliativos conseguem fazer atividades físicas seguindo os cuidados indicados por seus médicos.

Veja algumas das principais recomendações do manual:

  • É importante considerar as particularidades de cada tipo de câncer, as contraindicações e os possíveis eventos adversos causados pelo tratamento. Recomenda-se ter a supervisão de profissionais de educação física e fisioterapia, especialmente nos casos em que os eventos adversos da doença ou do tratamento são frequentes ou graves;
  • É indicado considerar as preferências, a disponibilidade de tempo e o local para a prática, colocando o paciente como elemento central no processo de construção de uma vida mais ativa fisicamente;
  • São recomendados 150 minutos semanais de atividades físicas de intensidade moderada, ou 75 minutos semanais de atividades físicas de intensidade vigorosa, ou uma combinação equivalente de atividades moderadas e vigorosas;
  • Todo movimento conta. Mesmo que não atinja o tempo recomendado, a prática regular auxilia no controle de sintomas, além de trazer outros benefícios para a saúde. Praticar qualquer quantidade e tipo de atividade é melhor que ficar parado;
  • A prática de atividades físicas/exercícios físicos deve ser entendida como um hábito. Isso pode ajudar muito no tratamento oncológico e na qualidade de vida e bem-estar de pessoas que têm ou tiveram câncer.
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Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Tohoku, no Japão, mostra que entre 30 e 60 minutos de exercícios de fortalecimento muscular por semana é o suficiente
De acordo com os resultados da pesquisa, o risco de morte prematura entre as pessoas que se movimentam é entre 10% e 17% menor do que o verificado em pessoas sedentárias
Exercícios que utilizam o peso do próprio corpo, como a musculação e a prática de esportes, são algumas das recomendações. Além disso, atividades como Tai chi e ioga são indicadas para fortalecer ossos e músculos
Manter o corpo ativo ajuda ainda a melhorar resultados da menopausa, de períodos pós-operatório e pode ajudar a prevenir fraturas nos ossos, por exemplo. Além disso, auxilia no aumento da energia, e melhora o humor e o sono
Segundo especialistas, pessoas que se exercitam por, ao menos, meia hora na semana demonstram redução do risco de morte, doenças cardíacas e câncer. Uma hora semanal de atividades de fortalecimento muscular também foi relacionada à diminuição do risco de diabetes
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Exercícios que fortalecem os ossos e os músculos são essenciais para evitar doenças e demais problemas de saúde. Além de melhorar o equilíbrio, exercitar-se ao menos duas vezes por semana é um dos segredos para prolongar a expectativa de vida e envelhecer melhor

Mike Harrington/ Getty Images
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Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Tohoku, no Japão, mostra que entre 30 e 60 minutos de exercícios de fortalecimento muscular por semana é o suficiente

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De acordo com os resultados da pesquisa, o risco de morte prematura entre as pessoas que se movimentam é entre 10% e 17% menor do que o verificado em pessoas sedentárias

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Exercícios que utilizam o peso do próprio corpo, como a musculação e a prática de esportes, são algumas das recomendações. Além disso, atividades como Tai chi e ioga são indicadas para fortalecer ossos e músculos

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Manter o corpo ativo ajuda ainda a melhorar resultados da menopausa, de períodos pós-operatório e pode ajudar a prevenir fraturas nos ossos, por exemplo. Além disso, auxilia no aumento da energia, e melhora o humor e o sono

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Segundo especialistas, pessoas que se exercitam por, ao menos, meia hora na semana demonstram redução do risco de morte, doenças cardíacas e câncer. Uma hora semanal de atividades de fortalecimento muscular também foi relacionada à diminuição do risco de diabetes

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A massa muscular e óssea do corpo humano atinge o pico antes dos 30 anos. A partir dessa idade, começa um decaimento natural, ou seja, indivíduos que começam a se exercitar na juventude terão aumento da força óssea e muscular ao longo da vida

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Pessoas que se exercitam depois dos 30 anos reduzem a queda natural do corpo, conseguem preservar a força óssea e muscular e vivem muito melhor

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* A repórter Bethânia Nunes viajou ao Rio de Janeiro para cobrir o 24º Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica a convite da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

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