Exame de sangue detecta sinais de câncer até 4 anos antes de diagnóstico
Pesquisa preliminar analisa alterações genéticas em amostras de sangue, que sinalizam cinco tipos de tumores em fases iniciais
atualizado
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Um exame simples de sangue é capaz de detectar cinco tipos de câncer até quatro anos antes de que qualquer sintoma apareça e dos diagnósticos convencionais. O tipo de biópsia líquida – que tem se tornado foco de equipes de pesquisa em todo o planeta – foi batizado de PanSeer, e analisa amostras de pequenos fragmentos de DNA que são liberados por tumores de esôfago, estômago, pulmão, fígado e cólon.
O estudo, publicado nessa terça-feira (21/7) na Nature Communications, indica que o teste pode ser realizado por meio de métodos convencionais, como mamografias e colonoscopias. A pesquisa da equipe de pesquisadores da China e dos Estados Unidos ainda é preliminar, mas promissora.
A técnica utilizada no estudo é chamada de epigenética, que é um campo da biologia molecular que estuda alterações químicas que estão no DNA e modificam a função dos genes.
Os pesquisadores se dedicam a grande banco de dados conhecido como Estudo Longitudinal de Taizhou — uma cidade chinesa —. Foram coletados os plasmas de mais de 100 mil voluntários entre 2007 e 2014. A saúde deles, desde então, é acompanhada e será assim por toda a vida deles.
Do total, os cientistas se concentraram nos plasmas de 605 pessoas, das quais 191 desenvolveram câncer quatro anos após a primeira coleta de sangue. O PanSeer foi capaz de detectar sinais de câncer no plasma de pacientes que, teoricamente, estavam saudáveis. Eles foram diagnosticados com tumores quatro anos depois. A confiabilidade do teste é de 90%.
Os cientistas destacaram que miram cinco tipos de tumores: esôfago, estômago, pulmão, fígado e cólon, que respondem por mais de dois milhões de mortes todos os anos somente na China e nos EUA. “A detecção precoce poderia reduzir bastante essas mortes”, destacaram os autores.
Biópsia líquida
Este tipo de exame já existe para alguns tipos específicos de câncer, mas o método tem sido usado hoje depois do diagnóstico da doença, para, por exemplo, personalizar o tratamento do paciente.