Exame da cera de ouvido pode detectar a presença de câncer, diz estudo
Pesquisadores da Universidade Federal de Goiânia conseguiram identificar biomarcadores em um teste que demora apenas cinco horas
atualizado
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Já pensou que a cera de ouvido pode ter outras funções além de proteger o tímpano de água e poeira? Cientistas da Universidade Federal de Goiânia (UFG) descobriram que, com a análise correta, o cerume (nome científico da substância) pode acusar a presença de câncer no organismo, mesmo em estágios iniciais.
Foram coletadas amostras de cera de ouvido de 52 pacientes com câncer (em tratamento ou não, e de tipos e estágios diferentes) e 50 pessoas saudáveis. Os pesquisadores do Laboratório de Métodos de Extração e Separação (Lames) congelaram os cerumes em temperaturas de até 20 graus negativos e, em seguida, aqueceram a substância até os metabólitos orgânicos voláteis se tornarem gás.
Esses metabólitos funcionam como biomarcadores para células com câncer que caem na corrente sanguínea: analisados com duas máquinas diferentes, é possível reconhecer a presença de tumores. Os cientistas da UFG acharam os marcadores em 100% dos indivíduos com câncer.
“Nós observamos que os perfis eram diferentes entre os voluntários. Com base nessas diferenças, conseguimos dizer se uma pessoa está ou não com câncer, inclusive em estágio inicial”, conta o químico Nelson Roberto Antoniosi Filho, coordenador do Lames, em comunicado à imprensa.
O método seria interessante por ser bem menos invasivo do que a biópsia líquida, que exige retirada de sangue do paciente. Porém um aprofundamento do estudo e melhores comparações entre os pacientes ainda são necessários para validar os resultados.