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Europa e Turquia têm surto de botulismo depois de “botox gástrico”

Ao todo, 67 casos de botulismo foram registrados. Todos os pacientes fizeram procedimentos para perda de peso com toxina butolínica

atualizado

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Imagem ilustrativa em fundo rosa das bactérias Clostridium botulinum - Metrópoles
1 de 1 Imagem ilustrativa em fundo rosa das bactérias Clostridium botulinum - Metrópoles - Foto: GettyImages

A Turquia e alguns países da Europa, como Alemanha, Áustria e Suíça, registraram vários casos de contaminação pela bactéria causadora do botulismo na última semana. Os pacientes infectados foram submetidos a um procedimento médico para perder peso em hospitais turcos.

Ao todo, 67 casos já foram contabilizados pelo Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC), com a maioria dos casos no país do Oriente Médio. Ainda não foi relatada nenhuma morte, mas alguns quadros graves estão sendo tratados em unidades de terapia intensiva.

O botulismo é uma doença grave provocada pela bactéria Clostridium botulinum, encontrada geralmente em alimentos enlatados, no solo e fezes humanas ou de animais. Os casos mais leves se manifestam com visão turva ou dupla, diarreia, náuseas e fala arrastada. No entanto, a contaminação pela bactéria pode provocar falta de ar e dificuldade para engolir e até levar à morte.

A bactéria ganhou destaque nos últimos anos por ser usada em tratamentos estéticos. A toxina botulínica, conhecida popularmente como botox, é uma proteína produzida pela Clostridium botulinum. 

Em 2001, pesquisadores da Universidade Católica de Roma, na Itália, por meio de teste em animais, descobriram que a toxina, quando aplicada na parede do estômago, pode retardar a digestão e manter a sensação de saciedade por mais tempo. O resultado foi publicado na revista Alimentary Pharmacology and Therapeutics, e o procedimento ficou conhecido como “botox gástrico”.

No entanto, a toxina butolínica é composta por várias substâncias diferentes, o que dificulta a fabricação de um produto padronizado. Por isso, a equipe do ECDC explica que é complicado identificar o que deu errado com o produto para provocar o surto.

Entre os 67 casos relatados, sabe-se que 60 deles vieram de um hospital particular em Istambul, capital turca, e outros três de uma rede privada de Izmir, também na Turquia. Todos os procedimentos foram realizados entre 22 de fevereiro e 1º de março de 2023.

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