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EUA aprovam nova droga em spray para tratar altos graus de depressão

Medicamento tem como base a esketamina, anestésico com potencial alucinógeno e gêmeo da ketamina, remédio para cavalos usado por jovens

atualizado

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man’s hand with a bottle of medication.
1 de 1 man’s hand with a bottle of medication. - Foto: Koldunov/istock

O Food and Drug Administration (FDA), órgão norte-americano equivalente à Anvisa, aprovou nessa quarta-feira (6/3) o medicamento Spravato. O remédio em spray criado pela Johnson&Johnson pode ser prescrito para pacientes com depressão severa que não tenham respondido bem a pelo menos outros dois tratamentos.

O Spravato usa como base a esketamina, um anestésico com potencial alucinógeno muito parecido com a ketamina. Essa última substância é prescrita a animais de grande porte, como cavalos, e vendida ilegalmente como droga.

“Havia a necessidade de criar novos tratamentos para pacientes de depressão resistentes a medicamentos já existentes. Essas pessoas vivem com uma condição séria que ameaça a vida”, diz Tiffany Farchione, a diretora da divisão de produtos psiquiátricos do centro de avaliação de drogas e pesquisa do FDA.

Apesar dos possíveis efeitos colaterais e do preço salgado, a comunidade médica americana está animada: o Spravato é o primeiro remédio aprovado para depressão desde 1987, quando o FDA liberou o registro da fluoxetina (Prozac). A esketamina não atua na mesma área do cérebro que os antidepressivos comuns e seu uso vem sendo estudado há alguns anos.

“Por conta de preocupações com a segurança, essa droga só estará disponível por meio de um sistema de distribuição restrito. O remédio deve ser administrado em um centro médico certificado, onde um profissional de saúde pode monitorar o paciente”, completa Farchione.

De acordo com os estudos feitos até agora, o uso da droga trouxe efeitos colaterais, como a sensação de dissociação (como estar fora do corpo), tontura e náuseas. Por isso, os pacientes que forem aprovados para utilizar o novo remédio serão acompanhados e monitorados por profissionais de saúde. A aplicação é feita duas vezes por semana no primeiro mês e, em seguida, uma vez por semana ou a cada 15 dias, dependendo de cada caso.

O tratamento não sairá barato: cada sessão deve custar entre 590 e 885 dólares (algo entre R$ 2,2 mil e R$ 3,3 mil) e o primeiro mês de tratamento pode chegar aos R$ 25,5 mil.

Segundo a Janssen, empresa responsável pela Johnson & Johnson, o medicamento já foi submetido para análise da Anvisa no Brasil e aguarda aprovação para ser comercializado. Há uma pesquisa em andamento no país com 82 pacientes para comprovar os efeitos rápidos da droga.

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