EUA aprova remédio com bactérias benéficas de fezes humanas
Agência reguladora americana autorizou primeiro medicamento feito a partir da microbiota fecal. Remédio serve para infecções intestinais
atualizado
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A Food and Drug Administration (FDA), agência dos Estados Unidos semelhante à Anvisa, aprovou o uso do primeiro remédio feito de bactérias benéficas encontradas em fezes humanas. O medicamento é indicado para combater graves infecções intestinais e pretende substituir a necessidade de transplante de fezes. O remédio será comercializado com o nome de Vowst e é administrado por via oral.
O remédio está indicado para infecções recorrentes pela bactéria Clostridium difficile. Resistente a tratamentos, a bactéria mata a microbiota do intestino e causa cólicas, náuseas e diarreias intensas. O único tratamento da infecção antes da aprovação do medicamento era o transplante de fezes.
“A viabilidade deste medicamento com microbiota fecal e uso oral é um passo significativo para avançar no tratamento e no cuidado com pacientes que vivem com doenças da Clostridium difficile que ameaçam, inclusive, a vida”, disse o diretor da FDA, Peter Marks, em comunicado à imprensa.
O comunicado do FDA informa que ao menos 15 mil pessoas morrem nos EUA todos os anos com infecções que poderão ser tratadas mais facilmente com o novo medicamento. Não há dados sobre o assunto no Brasil.
Como funciona o remédio?
O remédio pode ser usado por qualquer pessoa com mais de 18 anos e deve ser tomado uma vez ao dia durante três dias consecutivos. Durante o estudo clínico, os pesquisadores constaram que o medicamento funcionou em 88% dos casos analisados.
O remédio possui efeitos semelhantes aos do transplante de fezes, quando excrementos de um voluntário saudável são tratados, congelados e injetados por colonoscopia em um paciente doente. No Vowst, a microbiota fecal é condensada em comprimidos, o que torna o armazenamento e a administração do medicamento mais simples.
Assim como o transplante, porém, o uso de Vowst pode ser perigoso para quem tem alergias alimentares, informa o FDA.
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