EUA acusam hackers chineses de tentar roubar dados de vacina para Covid-19
O Departamento de Justiça do país disse que os suspeitos trabalhavam para os serviços de espionagem da China e para enriquecimento próprio
atualizado
Compartilhar notícia
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos acusou dois hackers chineses, nesta terça-feira (21/07), de lançarem ciberataques contra empresas de 11 países para tentar roubar dados da vacina contra o coronavírus e tecnologia militar. Eles estariam atuando para o serviço de inteligência da China como parte de uma longa campanha de roubo cibernético.
O foco dos hackers – identificados como Li Xiaoyu, de 34 anos, e Dong Jiazhi, 33 de anos – envolve uma gama variada de indústrias, de companhias da área de defesa a fabricantes de energia solar. O Departamento de Justiça disse que os suspeitos, às vezes, trabalhavam para os serviços de espionagem da China, mas em outras ocasiões agiam para enriquecimento próprio.
Uma acusação contra eles, no início deste mês, foi a primeira ação para tentar debelar a ameaça. Segundo promotores americanos, os dois hackers recebiam ajuda de um agente do Ministério da Segurança da China. Autoridades do governo americano informaram que, a pedido do serviço de espionagem chinês, os dois mudaram de foco, este ano, para tentar obter pesquisas sobre vacinas e outras informações sobre a pandemia.
Não houve indícios imediatos de que os dois hackers conseguiram obter alguma informação válida sobre as vacinas que estão sendo criadas, apesar de seus esforços para espionar as empresas que estão desenvolvendo o produto.
Conflito
Um dos promotores disse que a rede de informática de uma empresa de biotecnologia de Massachusetts, conhecida por investigar uma possível vacina contra o novo coronavírus foi alvo de espionagem dos dois chineses – o nome não mencionado, mas acredita-se que seja o laboratório Moderna. Eles também buscaram vulnerabilidades na rede de uma empresa em Maryland, menos de uma semana depois de ela anunciar que estava realizando um trabalho científico similar.
Xiaoyu e Jiazhi também são acusados de lançarem ataques contra ativistas dos direitos humanos nos EUA, na China e em Hong Kong, disse um assistente do Departamento de Justiça, John Demers. De acordo com ele, os hackers estariam na China, fora do alcance da polícia americana.
A acusação surge no momento em que o governo do presidente americano, Donald Trump, intensifica suas críticas a Pequim – tanto pelo roubo de segredos quanto por não conter a propagação da pandemia do coronavírus, e consolida uma escalada significativa na deterioração das relações entre os dois países. (Com agências internacionais)