Estudos indicam necessidade de 3ª dose de vacina para prevenir Ômicron
Cientistas dos EUA e de Hong Kong testaram a neutralização da variante após duas doses das vacinas Coronavac, Pfizer, Janssen e Moderna
atualizado
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Novos estudos divulgados esta semana mostram a necessidade da aplicação da doses de reforço das vacinas contra a Covid-19 para garantir uma proteção robusta contra a variante Ômicron do novo coronavírus.
Segundo dois grupos de pesquisa independentes – um formado por cientistas de Hong Kong e o outro dos Estados Unidos -, a imunização com duas doses das vacinas Coronavac, Pfizer, Janssen e Moderna geram níveis de anticorpos insuficientes para garantir a defesa contra a nova versão do vírus, que já está presente em mais de 70 países.
“Reforço deve ser aplicado o mais rápido possível”
Pesquisadores do departamento de microbiologia da Universidade de Hong Kong divulgaram, nesta terça-feira (14/12), resultados de testes laboratoriais com as vacinas Coronavac e Pfizer. Os dados serão publicados em breve na revista Clinical Infectious Diseases.
Segundo as informações apresentados, nenhuma das amostras de sangue dos 25 voluntários que receberam as duas doses da Coronavac continha anticorpos suficientes para neutralizar a variante Ômicron.
Entre os imunizados com Pfizer, apenas cinco das 25 amostras conseguiram neutralizar o vírus. A eficácia da vacina também demonstrou uma queda acentuada, entre 20% e 25%.
“O público deve obter uma terceira dose da vacina o mais rápido possível, enquanto espera pela próxima geração mais compatível”, afirmaram os cientistas da instituição.
“Duas doses são ineficazes contra Ômicron”
No segundo estudo, feito nos Estados Unidos, pesquisadores do Massachusetts General Hospital (MGH), da Universidade de Harvard e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) avaliaram a eficácia das três vacinas disponíveis no país: Pfizer, Janssen e Moderna.
Em testes com o sangue de voluntários que receberam o esquema vacinal completo – duas doses para Pfizer e Moderna e uma para Janssen – a neutralização da Ômicron se mostrou “baixa ou ausente”. No entanto, entre os que receberam o reforço, houve uma “potente neutralização do vírus”.
Os pesquisadores também concluíram que a Ômicron é até duas vezes mais transmissível do que a Delta, variante responsável por impulsionar a quarta onda de Covid-19 na Europa. Os resultados foram publicados na plataforma medRxiv e ainda precisam passar pela avaliação de pares.
Recomendação da agência europeia
Nesta quarta-feira (15/12), a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), equivalente à Anvisa, recomendou que a dose de reforço da vacina Janssen seja aplicada com intervalo de dois meses nas pessoas com mais de 18 anos.
O imunizante também poderá ser aplicado nos adultos que receberam anteriormente duas doses das vacinas Pfizer e Moderna. A estratégia é baseada em dados que comprovam o aumento dos níveis de anticorpos após a dose de reforço e visa combater a disseminação da variante Ômicron nos países do bloco. (Com informações da agência Reuters)