Estudos descobrem mais uma forma usada pelo Sars-CoV-2 para invadir células
O receptor Neuropilina-1 é comum em vários tecidos do organismo, inclusive no trato respiratório, nos vasos sanguíneos e nos neurônios
atualizado
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Pesquisadores alemães, finlandeses e britânicos de dois estudos diferentes descobriram, nesta semana, mais uma “chave” usada pelo coronavírus para invadir as células humanas. O receptor Neuropilina-1, abundante em vários tecidos do corpo, inclusive no trato respiratório, nos vasos sanguíneos e nos neurônios, facilita a infecção pelo Sars-CoV-2.
Até o momento, acreditava-se que o vírus usava apenas o receptor ACE2 para se encaixar e invadir as células humanas. Porém, a enzima não é tão comum no corpo.
“Se pensarmos na ACE2 como uma fechadura para entrar na célula, a Neuropilina-1 pode ser o fator que leva o vírus até a porta. O ACE2 é expressado em níveis muito baixos na maioria das células. Por isso, não é fácil para o coronavírus encontrar as portas para entrar”, explica Giuseppe Balistreri, virologista da Universidade de Helsinki, na Finlândia, ao site EurekAlert.
Em laboratório, os cientistas conseguiram bloquear a Neuropilina-1 com antibióticos e reduziram de forma significante a infecção por coronavírus em culturas celulares. Apesar dos bons resultados, os pesquisadores afirmam que ainda é cedo para especular se esta pode ser uma forma terapêutica útil contra o vírus, pois é possível que tenha efeitos colaterais.