Estudo: tomar analgésicos na gravidez aumenta risco de parto prematuro
Pesquisadores da Universidade de Aberdeen, na Escócia, analisaram dados de mais de 15 mil gestantes que tomaram remédios para alívio de dor
atualizado
Compartilhar notícia
Durante a gravidez, é comum que mulheres recorram aos remédios analgésicos para aliviar os desconfortos do período, como dores nas articulações e febre. Um estudo publicado na revista científica BMJ Open mostra, no entanto, que o uso desses medicamentos sem prescrição médica está associado ao aumento do risco de complicações na gestação, parto prematuro, parto de bebê natimorto e problemas na formação do feto.
A pesquisa feita na Universidade de Aberdeen, na Escócia, é baseada na análise dos prontuários médicos de 151.141 gestantes que tomaram paracetamol, aspirina, ibuprofeno, diclofenaco ou naproxeno durante a gestação, ao longo de três décadas.
O parto prematuro foi cerca de 50% mais provável entre as mulheres que tomaram um dos cinco analgésicos em algum momento da gravidez. Já a incidência de natimorto foi 33% maior entre elas.
O risco de problemas na formação do tubo neural, relacionados ao cérebro e coluna, foi 64% maior entre as mulheres que tomaram os medicamentos, enquanto a hipospádia – uma anomalia congênita que afeta o pênis – foi 27% mais provável. A morte neonatal, quando um bebê morre nas primeiras quatro semanas de vida, se mostrou 50% maior.
A aspirina em altas doses para o alívio da dor é contraindicada para as grávidas, porque pode afetar a circulação sanguínea do bebê, especialmente depois da 30ª semana de gestação. De acordo com os pesquisadores, combinar paracetamol com outros anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) é a mistura mais arriscada.
Eles fazem um alerta para o risco da automedicação e a importância de as gestantes serem orientadas corretamente sobre o uso de remédios para o alívio da dor durante a gestação.
“O controle da dor é atualmente uma prioridade terapêutica durante a gravidez. Nossas descobertas de aumento do risco de resultados adversos à saúde da prole após o uso materno pelo menos no primeiro trimestre de analgésicos de venda livre são cruciais para obter informações para o manejo da dor durante a gravidez”, escreveram no artigo.
Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.