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A Covid-19 afeta a memória, a concentração e a capacidade de raciocínio das pessoas, sugerem pesquisadores do Imperial College London, do Reino Unido.
Em estudo publicado na revista The New England Journal of Medicine, eles afirmam que a infecção provocada pelo coronavírus provoca um impacto negativo na capacidade cognitiva das pessoas.
Segundo os pesquisadores, as infecções graves são as que mais reduzem o quociente de inteligência (QI), mas os casos de Covid leve também são prejudicias.
Teste de memória e raciocínio após Covid
Os cientistas analisaram dados de aproximadamente 112 mil voluntários. Os participantes foram separados de acordo com a complexidade do quadro e passaram por testes online que mediam suas capacidades cognitivas. Entre as áreas avaliadas estavam memória, raciocínio e planejamento.
Embora não se tratasse de testes de quociente de inteligência clássicos, os autores equipararam os resultados dos voluntários a medidas de QI.
Os resultados revelaram que as pessoas que precisaram ser internadas para tratar a infecção do coronavírus tiveram, em média, nove pontos a menos que as pessoas saudáveis.
Os indivíduos com Covid longa conseguiram, em média, seis pontos a menos e aqueles com infecção leve tiveram dois pontos a menos quando comparados aos que não foram infectados pelo coronavírus.
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Sem ter um nome definitivo, o conjunto de sintomas que continua após a cura da infecção pelo coronavírus é chamado de Síndrome Pós-Covid, Covid longa, Covid persistente ou Covid prolongada
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Denominam-se Covid longa os casos em que os sintomas da infecção duram por mais de 4 semanas. Além disso, alguns outros pacientes até se recuperam rápido, mas apresentam problemas a longo prazo
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Um dos artigos mais recentes e abrangentes sobre o tema é de um grupo de universidades dos Estados Unidos, do México e da Suécia. Os pesquisadores selecionaram as publicações mais relevantes sobre a Covid prolongada pelo mundo e identificaram 55 sintomas principais
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Entre os 47.910 pacientes que integraram os estudos, os cinco principais sintomas detectados foram: fadiga, dor de cabeça, dificuldade de atenção, perda de cabelo e dificuldade para respirar
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A Covid prolongada também é comum após as versões leve e moderada da infecção, sem que o paciente tenha precisado de hospitalização. Cerca de 80% das pessoas que pegaram a doença ainda tinham algum sintoma pelo menos duas semanas após a cura do vírus
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Além disso, um dos estudos analisados aponta que a fadiga após o coronavírus é mais comum entre as mulheres, assim como a perda de cabelo
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Especialistas acreditam que a Covid longa pode ser uma "segunda onda" dos danos causados pelo vírus no corpo. A infecção inicial faz com que o sistema imunológico de algumas pessoas fique sobrecarregado, atacando não apenas o vírus, mas os próprios tecidos do organismo
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Por enquanto, ainda não há um tratamento adequado para esse quadro clínico que aparece após a recuperação da Covid-19. O foco principal está no controle dos sintomas e no aumento gradual das atividades do dia a dia
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Apesar de uma total recuperação da doença, estudos recentes da Universidade de Washington em Saint Louis, nos Estados Unidos, alertam que qualquer pessoa recuperada da Covid-19 pode sofrer complicações no ano seguinte à infecção, uma covid longa
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Foram analisados os dados de 150 mil pessoas que tiveram Covid-19 para chegar às complicações mais comuns
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O risco de ter um ataque cardíaco, por exemplo, é 63% maior para quem já teve a infecção. A chance de doença arterial coronariana sobe para 72%, e para infarto, 52%
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Também chama a atenção dos cientistas o aumento da quantidade de pacientes com depressão e ansiedade
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O estudo também registrou casos de Doença Arterial Coroniana, falência cardíaca, coágulos sanguíneos, batimentos irregulares e embolia pulmonar
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Exames mais aprofundados mostraram impactos cognitivos duradouros mesmo em pessoas infectadas um ano ou mais antes do experimento.
O estudo liderado pelo professor Adam Hampshire mostrou que a cepa original do coronavírus foi associada a uma queda maior no QI. A Ômicron, por outro lado, teve um efeito mais brando. A vacinação teve um efeito protetor.
“O que nosso estudo mostra é que a névoa cerebral pode se correlacionar com déficits objetivamente mensuráveis na memória real e no desempenho de tarefas executivas de uma pessoa”, afirmou Hampshire em comunicado à imprensa.
Embora os resultados mostrem uma tendência, os cientistas destacam que eles devem ser interpretados com cautela uma vez que o estudo não comparou as pessoas antes e depois da infecção.
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