Estudo tenta explicar casais em que um pega Covid e o outro, não
Resposta pode estar nos genes que ativariam com maior eficiência as primeiras células de defesa do organismo contra a invasão do vírus
atualizado
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Pesquisadores brasileiros liderados pela cientista Mayana Zatz, da Universidade de São Paulo (USP), estão tentando descobrir por que algumas pessoas são resistentes à infecção pelo coronavírus naturalmente. Para isso, estão sendo analisados casais onde um dos cônjuges foi infectado e o outro, não.
O material genético de 86 casais foi analisado. Há casos de pessoas de várias idades como, por exemplo, de um idoso com mais de 70 anos que foi hospitalizado com Covid-19, e sua esposa, da mesma idade, e a sogra com 98 anos e morando na mesma casa, não. Outra situação que chamou a atenção foi o de uma senhora de 90 anos que foi infectada com o vírus, mas o marido, de 100 anos, não pegou a doença.
Foram feitos testes sorológicos para descartar casos de infecções assintomáticas. A maioria das pessoas infectada é homem, em comparação com as mulheres, aparentemente mais resistentes à Covid-19. O estudo não contempla contaminados por variantes.
Os resultados foram publicados em versão pré-print e ainda precisam ser revisados pela comunidade científica. Os pesquisadores sugerem que algumas variações genéticas estão associadas a uma ativação mais eficiente de células de defesa (NK) na primeira barreira imunológica contra qualquer vírus — assim, o vírus nem chegaria a se reproduzir no organismo.
“Nossa hipótese é que as variantes genômicas mais frequentes nos parceiros suscetíveis levariam à produção de moléculas que inibem a ativação das células NK. Mas isso é algo que ainda precisa ser validado por meio de estudos funcionais”, afirmou Zatz, em entrevista à Agência Fapesp.
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