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Estudo sugere uso de antibiótico como pílula do dia seguinte para ISTs

Uso da doxiciclina logo após o sexo desprotegido reduz o risco de mulheres trans e homens desenvolverem sífilis, clamídia e gonorreia

atualizado

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Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Paris Cité, na França, mostra novas evidências de que um antibiótico comum poderia ser usado como uma pílula do dia seguinte para prevenir infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) entre homens que fazem sexo com outros homens e mulheres trans.

A doxiciclina, um antibiótico originalmente indicado para a prevenção da malária e tratamento de pneumonia bacteriana, acne e rosácea, teria ação contra a clamídia, a sífilis e a gonorreia, esta última com menor eficácia.

A descoberta foi apresentada pelos cientistas na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas de Seattle, nos EUA, em fevereiro. Os resultados dão suporte a estudos anteriores que mostraram resultados semelhantes.

Os pesquisadores destacam que, embora os preservativos ofereçam ótima proteção contra as infecções, eles nem sempre são usados nos relacionamentos, fazendo com que outras medidas sejam necessárias.

Ação diferente em homens e mulheres

O estudo contou com a participação de 232 homens inscritos anteriormente em uma pesquisa sobre prevenção do HIV e 449 mulheres cisgênero de Kisumu, no Quênia, que tomavam pílulas diárias para a prevenção do HIV. Eles foram orientados a tomar o comprimido até três dias após a relação sexual desprotegida.

Entre os homens, houve uma redução de 84% do risco de contrair clamídia ou sífilis em comparação aos voluntários do grupo de controle e queda de aproximadamente 50% para as chances de desenvolver gonorreia.

As mulheres cisgênero – que se identificam com o sexo biológico com o qual nasceram – não obtiveram os mesmos benefícios. Os autores do estudo sugerem que as diferenças nos resultados podem estar relacionadas às diferenças entre a metabolização do antibiótico em homens e mulheres ou à alta prevalência de bactérias resistentes a antibióticos no Quênia. A realização de mais estudos é necessária.

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