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Estudo sugere que transporte coletivo não está ligado aos casos de Covid-19

A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos comparou o número de viagens realizadas em 171 cidades aos registros de Covid-19

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Limpeza em ônibus do DF
1 de 1 Limpeza em ônibus do DF - Foto: HUGO BARRETO/METRÓPOLES

Uma das principais orientações de especialistas da área da saúde para conter a disseminação do novo coronavírus é evitar aglomerações e respeitar o distanciamento social entre outras pessoas, comum em algumas atividades cotidianas.

Um estudo técnico elaborado pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) e publicado nesta quarta-feira (16/9), no entanto, afirma que não há evidências do aumento dos casos de Covid-19 no país estar relacionados ao uso do transporte coletivo.

O levantamento avaliou a variação da demanda por transporte em 171 cidades, incluindo capitais e as principais regiões metropolitanas do país. A NTU cruzou informações do número de passageiros com dados do Sistema Único de Saúde (SUS) levantados durante 17 semanas, entre 29 de março e 25 de julho.

“O transporte público por ônibus urbano não pode ser apontado como responsável pelo aumento do número de casos, não há uma relação entre uma coisa e outra. Podemos dizer que o transporte público coletivo urbano é seguro se todos tomarem as devidas precauções”, disse o presidente-executivo da NTU, Otávio Cunha.

Ao apresentar o relatório, o diretor técnico da NTU responsável pela pesquisa e análise dos dados, André Dantas, destacou que em algumas cidades o aumento da demanda por transporte coincidiu com a redução do número de casos confirmados, enquanto em outras a redução do número de passageiros do transporte coletivo aconteceu simultaneamente com o aumento da incidência de casos, como Belém, Fortaleza, Recife e Rio de Janeiro.

Os pesquisadores compararam o uso do transporte coletivo às atividades diárias, como fazer compras em supermercados, trabalhar em escritórios ou ir a restaurantes. E lembraram da necessidade das empresas de ônibus adotarem protocolos para reduzir o risco de contaminação. “É inevitável evitar uma contaminação em algum local com aglomeração, mas você pode minimizar muito isso na medida que tiver alguns protocolos de segurança e saúde que podem ser adotados por todos”, disse  Cunha.

Entre as medidas sugeridas estão a obrigatoriedade do uso das máscaras a bordo pelos passageiros, motoristas e cobradores (duas profissões de alta vulnerabilidade ao contágio); a limpeza regular dos veículos e aumento dos níveis de ventilação. “Se motoristas, cobradores e passageiros usarem máscara dentro do ônibus e nos pontos de parada, se as pessoas evitarem conversar e se os veículos trafegarem sempre com janelas abertas, o risco será baixo”,  disse o presidente da NTU.

“As empresas devem adotar protocolos de segurança para reduzir ao máximo essa possibilidade da contaminação. Nós temos que cuidar da vida das pessoas e essa prudência é importante na retomada da economia. Temos que ter muita cautela e aprender a conviver com a Covid-19 até que apareça uma vacina para nos dar essa tranquilidade”, completou.

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