Estudo sugere que restrição de oxigênio aumenta expectativa de vida
Pesquisa com camundongos mostra que ambientes semelhantes ao Monte Everest são favoráveis ao aumento da expectativa de vida em até 50%
atualizado
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Pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts, nos Estados Unidos, encontraram uma relação entre a hipóxia – a diminuição do aporte de oxigênio nos tecidos do corpo – com o aumento da expectativa de vida e a melhora da função neurológica.
Estudos anteriores já mostraram que a restrição de oxigênio prolonga a vida útil de leveduras, vermes e moscas da fruta. Desta vez, o experimento foi realizado com roedores. Os resultados foram publicados nessa terça-feira (23/5), na revista PLOS Biology.
O experimento
Camundongos criados para envelhecer mais rápido foram divididos em dois grupos quando tinham quatro semanas de idade. Metade deles ficou em níveis de oxigênio ambiente (21%), enquanto o restante foi colocado em uma câmara que reduziu os níveis a apenas 11%, equivalente ao encontrado em um acampamento do Monte Everest. Todos foram alimentados e receberam a mesma quantidade de água.
Os ratos do primeiro grupo viveram, em média, 15,7 semanas, enquanto os com restrição de oxigênio conseguiram checar a 23,6 semanas, 50% a mais. A estratégia também retardou o início do declínio neurológico.
Hipóteses
Os pesquisadores acreditam que a restrição de oxigênio desencadeia um mecanismo nas células que as leva a limpar e reciclar as partes danificadas com mais frequência, aumentando, desta maneira, a expetativa de vida. Além disso, as células enfrentariam menos estresse oxidativo.
Embora o estudo não tenha sido feito com humanos, os pesquisadores sugerem que as pessoas que vivem em lugares de maior altitude tendem a viver mais.
“É prematuro especular sobre a implicação dessas descobertas para o envelhecimento humano. Mas há várias pistas interessantes da pesquisa epidemiológica de que viver em grandes altitudes, onde há uma menor concentração de oxigênio, pode aumentar a expectativa de vida média e reduzir a carga de doenças relacionadas à idade”, afirmou Roger Roberts, autor do trabalho em entrevista ao jornal Daily Mail.
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