metropoles.com

Estudo sugere que desenvolvimento de Alzheimer está ligado à frutose

Para pesquisadores americanos, substância é responsável por diminuir a função de partes do cérebro para permitir foco e procura por comida

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Gettyimages
Ilustração colorida de crianças andando em cima de desenho de cérebro - Metrópoles
1 de 1 Ilustração colorida de crianças andando em cima de desenho de cérebro - Metrópoles - Foto: Gettyimages

Em estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition no início de fevereiro, pesquisadores da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, sugerem que o desenvolvimento de Alzheimer pode estar ligado à frutose, um tipo de glicose presente nas frutas.

“Defendemos que o Alzheimer é uma doença causada pela dieta“, diz o principal autor do estudo, professor Richard Johnson, em entrevista ao site da universidade. No artigo, os pesquisadores explicam que a doença pode ser uma adaptação que surgiu há milhares de anos e já deveria ter desaparecido.

Eles sugerem que, em determinado momento da história, para evitar a fome, nossos antepassados precisaram se tornar nômades e, assim, saíam para procurar comida. Esse processo de “caça”, porém, funciona melhor quando o indivíduo está focado. Para garantir atenção completa e reflexos rápidos, o cérebro “desligaria” temporariamente algumas funções, como memórias recentes e atenção ao tempo (coincidentemente, sintomas do Alzheimer).

Segundo os cientistas, a frutose não só ajudaria a desativar as áreas do cérebro responsáveis por essas funções, diminuindo o fluxo sanguíneo, como seria a responsável por desencadear a adaptação evolutiva que permitiu a procura de comida. A frutose pode ser ingerida, mas também é fabricada pelo organismo humano.

“Acreditamos que, inicialmente, a redução do metabolismo cerebral dependente da frutose era reversível e benéfico. Porém, esse processo crônico e persistente leva a uma atrofia progressiva do cérebro e perda de neurônios – que são sintomas do Alzheimer”, explica Johnson.

O pesquisador sugere que esse “interruptor de sobrevivência” está sempre ligado, mesmo em uma situação de abundância de comida, o que nos leva a consumir mais alimentos gordurosos, salgados e doces, que causam produção excessiva de frutose.

Os cientistas expuseram camundongos à frutose, e perceberam diminuição na habilidade de navegar um labirinto, assim como inflamação dos neurônios. Um estudo anterior mostrou que, se os animais ficarem muito tempo consumindo a substância, começam a acumular as proteínas tau e beta-amiloide, que são associadas ao Alzheimer.

Johnson acredita ainda que o hábito de sair andando sem rumo, comum em alguns pacientes com a demência, pode ser vestígio da resposta ancestral de busca por comida.

“Sugerimos que sejam feitas pesquisas com diminuição de frutose na dieta e criação de medicamentos que diminuam a exposição da substância ou bloqueiem o seu metabolismo para determinar se há benefício potencial na prevenção ou tratamento da doença“, diz o pesquisador.

Receba notícias do Metrópoles no seu Telegram e fique por dentro de tudo! Basta acessar o canal: https://t.me/metropolesurgente.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comSaúde

Você quer ficar por dentro das notícias de saúde mais importantes e receber notificações em tempo real?