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Estudo revela como sistema imune responde às variantes do coronavírus

Nova pesquisa mostra que os anticorpos de quem se infectou por primeiras cepas duram ao menos sete meses, mas variantes podem driblá-los

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A ciência avançou mais um passo no esclarecimento sobre como funciona a resposta imune do corpo de quem se infectou com o Sars-CoV-2. Recente descoberta de cientistas australianos mostra que os infectados pelas primeiras variantes do vírus desenvolveram anticorpos que se mantiveram estáveis por até sete meses após a infecção. No entanto, a pesquisa também revela que os anticorpos que combateram o vírus em 2020 podem não ter a mesma eficiência contra as variantes de 2021.

O estudo sobre a resposta imune contra a infecção por Covid-19 publicado na quarta-feira (7/7) na revista PLOS Medicine é um dos mais completos realizados no mundo até o momento. Ele foi conduzido por equipes de pesquisadores vinculados à Universidade de Sidney, Rede de Hospitais da Criança de Sidney, NSW Health Pathology e outras instituições.

Os cientistas analisaram 233 indivíduos diagnosticados com o vírus por sete meses e descobriram que o nível de imunidade ao longo do tempo depende da gravidade da doença e da variante viral. Na pesquisa, foi possível observar que os anticorpos desenvolvidos durante a primeira onda tiveram eficácia reduzida contra seis variantes da segunda onda na Austrália e três variantes de preocupação identificadas no Reino Unido, Brasil e na África do Sul.

Para isso, eles coletaram amostras de soro do sangue dos indivíduos infectados, pois é a parte do corpo humano que mais guarda informações sobre o sistema imune. Com isso, foi possível criar uma cronologia detalhada do nível de anticorpos neutralizantes produzidos pelo corpo contra o vírus e, assim, estimar o tempo dessa resposta imune.

Esses anticorpos fazem parte do arsenal do corpo que é desencadeado com a vacinação ou infecção pelo vírus. Eles protegem as células da invasão, e o nível dos anticorpos neutralizantes pode definir a qualidade da resposta imunológica do organismo.

A pesquisa identificou ainda algumas pessoas com “super-resposta” ao vírus. Os indivíduos tiveram níveis estáveis e robustos de anticorpos contra todas as variantes, e os pesquisadores acreditam que o grupo pode ajudar a entender por que o plasma convalescente não funciona bem contra a Covid-19 grave.

“Podemos aprender muito com essas pessoas que foram infectadas na primeira onda na Austrália, pois foram contaminadas com a mesma variante em que nossas vacinas atuais se baseiam”, explicou a cientista Fabienne Brilot, da Universidade de Sydney, e uma das responsáveis pela pesquisa. “Embora os imunizantes aprovados estejam mostrando boas respostas, nosso estudo destaca a importância do desenvolvimento contínuo da vacina, levando em consideração especialmente as diferenças nas variantes”, reforçou, em comunicado oficial de divulgação do estudo.

O pesquisador Stuart Turville, um dos autores sênior do estudo, conta que o trabalho é importante porque mostra a importância da vacinação mesmo em pessoas que já foram infectadas pelo vírus no passado. “Os imunizantes oferecem uma proteção muito mais ampla contra a Covid-19 e suas variantes do que a resposta imune natural do corpo depois da infecção”, afirma.

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