Estudo reforça vantagens da dieta Mind. Saiba como fazer
Pesquisa feita no Rush University Medical Center, nos EUA, mostrou que dieta tem capacidade protetora contra problemas cognitivos
atualizado
Compartilhar notícia
A dieta Mind (mente, em inglês) se popularizou por combinar os benefícios de dois regimes alimentares focados na saúde, a Mediterrânea e a Dash. Um estudo realizado por pesquisadores do Rush University Medical Center mostra agora evidências de que o estilo de alimentação está associado à melhoria das funções cognitivas em idosos.
Os resultados da pesquisa, publicada em setembro no Journal of Alzheimer’s Disease, revelam que pessoas na terceira idade são beneficiadas pela Mind mesmo quando apresentam placas amiloides entre as células nervosas, o fenômeno é relacionado com a doença de Alzheimer.
A condição de saúde geralmente interfere nas habilidades de pensamento e na resolução de problemas simples, como explica Rubens de Fraga Júnior, professor titular de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná e membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG).
Combinação de dietas
A dieta Mediterrânea é conhecida por ser uma das mais saudáveis do mundo, sendo associada à longevidade por diferentes estudos. Ela combina carboidratos de absorção lenta, proteínas magras e gorduras insaturadas, como o azeite, com legumes e verduras. Também entram no cardápio laticínios, ovos e café.
A Dash, Dietary Approaches to Stop Hypertension (Métodos para Combater a Hipertensão, em tradução livre), foi criada nos Estados Unidos e é focada em alimentos ricos em proteínas, fibras, potássio, magnésio e cálcio. No cardápio, frutas e legumes, nozes, grãos integrais e laticínios.
A Mind, por sua vez, é caracterizada pela ingestão de, ao menos, três porções de grãos inteiros, um vegetal de folhas verdes e um outro vegetal todos os dias, além de castanhas nos lanches e de uma taça de vinho. O feijão – que entra no cardápio como grão – deve ser consumido em dias alternados, e as frutas vermelhas em pelo menos dois dias da semana.
As fontes de proteína mais indicadas na dieta Mind são as aves, que devem ser consumidas ao menos duas vezes por semana, e peixes, ao menos uma vez por semana.
Por outro lado, é interessante reduzir a ingestão de alimentos considerados não saudáveis, limitando a quantidade de manteiga a menos de uma colher e meia de chá por dia, bem como reduzir o consumo de doces e tortas, queijo gordo integral e frituras ou fast food a menos de uma porção por semana.
Veja 10 dietas que contribuem para a sua saúde:
Capacidade protetora
Na pesquisa, que começou em 1997, os cientistas norte-americanos acompanharam 569 moradores de Chicago. A maioria dos participantes não tinha diagnóstico de demência conhecida e todos concordaram em passar por avaliações clínicas anuais até a morte para que os pesquisadores pudessem acompanhar o desenvolvimento de problemas de memória e julgamento.
Eles também receberam um questionário sobre a frequência com que comiam 144 itens alimentares listados. Assim, os pesquisadores puderam examinar a relação entre a dieta, as doenças cerebrais e o funcionamento cognitivo dos idosos.
A partir dos questionários, os pesquisadores atribuíram a cada participante uma pontuação da dieta Mind com base na frequência com que comiam os alimentos que fazem parte da dieta.
Os pesquisadores observaram que as pessoas que tinham pontuações mais altas na dieta Mind possuíam melhores habilidades de memória e raciocínio, independentemente de terem diagnóstico da doença de Alzheimer ou de outras patologias cerebrais comuns relacionadas à idade.
Segundo os médicos, o estilo de alimentação parecia ter uma capacidade protetora, contribuindo para a resiliência cognitiva em idosos.
Adaptações facéis
“Mudanças na dieta podem afetar o funcionamento cognitivo e o risco de demência, para melhor ou para pior”, disse Klodian Dhana, principal autor do artigo. “Existem mudanças bastante simples na dieta e no estilo de vida que uma pessoa pode fazer que ajudam a desacelerar o declínio cognitivo e contribuem para a saúde do cérebro”, completou.
“Nosso estudo sugere que a dieta Mind está associada a melhores funções cognitivas, independentemente das patologias cerebrais relacionadas à doença de Alzheimer”, afirmou.