Estudo procura voluntários que aceitem pegar Covid em prol da ciência
Pesquisadores da Universidade de Oxford estudam os níveis de anticorpos necessários para combater a infecção do novo coronavírus
atualizado
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A Universidade de Oxford, no Reino Unido, está em busca de voluntários que estejam dispostos a serem infectados com o novo coronavírus para uma série de estudos sobre a Covid-19. Os pesquisadores querem descobrir o que ocorre quando pessoas que já tiveram a doença ou que foram vacinadas são expostas à cepa original do vírus Sars-CoV-2.
Esta é a primeira pesquisa do mundo a ter autorização para fazer os chamados testes de desafio humano envolvendo a Covid-19. Ela foi lançada em abril de 2021, apenas três meses depois de o Reino Unido aprovar o modelo de estudo.
Em um comunicado publicado na terça-feira (25/1), os pesquisadores informaram que procuram por voluntários saudáveis, com idade entre 18 e 30 anos. Eles devem ter histórico de infecção anterior, estar vacinados ou não contra Covid-19; ou sem infecção prévia, mas tendo recebido uma vacina contra o coronavírus.
Os voluntários ficarão em quarentena sob os cuidados da equipe de pesquisa em uma suíte hospitalar por, no mínimo, 17 dias. Eles passarão por vários exames, incluindo tomografia computadorizada dos pulmões e ressonância magnética do coração.
Todos que desenvolverem sintomas receberão tratamento com anticorpos monoclonais Regeneron e só terão alta quando não estiverem mais infectados e não correrem o risco de contaminar outras pessoas.
Estudo
A primeira fase do estudo está concentrada em descobrir a carga viral necessária para provocar uma infecção em humanos. Na segunda etapa, os cientistas pretendem determinar os níveis de resposta imune que são necessários para proteger o organismo.
“O objetivo deste estudo é descobrir qual nível de resposta imune – anticorpos e células T – precisamos em nossos corpos para prevenir a infecção quando pessoas saudáveis são expostas ao vírus. Esta é a resposta imune que precisamos induzir com uma nova vacina”, disse a principal autora do estudo, Helen McShane.
Os pesquisadores acreditam que as respostas contribuirão para o desenvolvimento rápido de novos imunizantes mais eficientes no futuro.
“Aprendemos muito sobre a Covid-19 nos últimos dois anos, mas o surgimento de novas variantes significa que provavelmente teremos que continuar refinando as vacinas”, afirmou a professora de vacinologia do Departamento de Pediatria da Universidade de Oxford.