Estudo britânico revela por que algumas pessoas são imunes à Covid
Pesquisa inédita feita no Reino Unido rastreou a resposta imunológica do corpo desde o momento da exposição de voluntários ao vírus
atualizado
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Nos últimos quatro anos, aproximadamente 775 milhões de casos de Covid-19 foram confirmados em todo o mundo. A alta circulação e as mutações do vírus fizeram com que algumas pessoas fossem diagnosticadas mais de duas ou três vezes nesse período. No entanto, alguns indivíduos passaram ilesos pela pandemia, sem nunca terem testado positivo para a infecção do coronavírus.
Em um estudo inédito, realizado com 36 indivíduos saudáveis que foram expostos ao coronavírus de forma voluntária, pesquisadores do Reino Unido descobriram que o sistema imunológico do nariz de algumas pessoas fornece uma defesa rápida e robusta nunca vista antes. A novidade foi publicada na revista Nature nessa quarta-feira (19/6).
Os autores do estudo, pesquisadores da University College London, do Imperial College London e do Wellcome Sanger Institute acreditam que as descobertas podem abrir caminho para novos tratamentos e vacinas que simulam essa defesa natural para a Covid-19 e até mesmo para outras infecções virais.
Exposição voluntária à Covid
Os 36 voluntários do estudo UK Covid-19 Human Challenge eram saudáveis e se destacavam por nunca terem recebido um diagnóstico de Covid-19.
Eles foram expostos ao vírus pelo nariz e seguiram um protocolo com o monitoramento do sangue e da mucosa do órgão. Assim, os pesquisadores puderam rastrear toda a infecção, bem como a atividade das células imunológicas antes da infecção em 16 voluntários.
É a primeira vez que os cientistas conseguem ver como o corpo responde a uma infecção desde o momento da exposição ao vírus.
Usando a tecnologia de sequenciamento unicelular, os investigadores geraram um conjunto de dados de mais de 600 mil células individuais. A equipe descobriu respostas imunológicas envolvidas na detecção imediata do vírus nunca vistas antes. Entre elas, a ativação de células imunológicas especializadas no sangue.
Para os cientistas, a descoberta oferece um entendimento mais abrangente sobre como o corpo responde a outras doenças infecciosas, como a gripe.
“Essas informações lançam uma nova luz sobre os eventos iniciais cruciais que permitem que o vírus se instale ou o seja eliminado rapidamente antes que os sintomas se desenvolvam. Temos agora uma compreensão muito maior de toda a gama de respostas imunológicas”, afirma o médico Marko Nikolic, autor sênior estudo pela University College London, em comunicado.
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