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Estudo mostra que Brasil tem, em média, 515 amputações de pênis anuais

Dados da Sociedade Brasileira de Urologia mostram que amputação de pênis cresceu 1,604% em 14 anos, a principal causa é o câncer no órgão

atualizado

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Man having a problem with his penis
1 de 1 Man having a problem with his penis - Foto: Getty Images

No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) na última sexta-feira (28/1), o número de amputações de pênis cresceu 1,604% em 14 anos. Estima-se que no período, foram realizados 7.213 procedimentos, uma média de 515 por ano. De acordo com os especialistas da SBU, a principal causa é o câncer de pênis, que acomete com maior incidência homens com idade a partir dos 50, embora possa atingir também os mais jovens.

No último ano, o DataSUS registrou 1.791 casos de câncer de pênis no país e, apesar dos números sofrerem uma queda desde 2019 – quando foram registrados 2.197 -, a SBU afirma que a pandemia impactou na baixa de procura por ajuda médica e o consequente diagnóstico.

“Infelizmente, a desinformação e a dificuldade de acesso à saúde contribuem para muitos casos de amputação do órgão e morte por câncer de pênis. Muita gente sequer sabe que o câncer também pode atingir o órgão, e mais, que pode ser prevenido com medidas relativamente simples “, declarou a SBU, em nota.

Médicos da sociedade afirmam que a limpeza inadequada do pênis, provocada algumas vezes pela presença de fimose, e as infecções sexualmente transmissíveis estão entre as principais causas desse tipo de câncer, que representa cerca de 17% de todas as neoplasias malignas registradas no Brasil.

Segundo o coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU, Ubirajara Ferreira, é preciso que os homens estejam atentos a qualquer alteração na genitália, como ferida que não cicatriza, nódulos, secreções saindo do prepúcio, área vermelha endurecida, sangramentos vindo da glande e coceiras.

Em 2021, foi assinado um termo de cooperação técnica entre a SBU e o Ministério da Saúde com foco na doença. O tema será implantado como uma forma de conscientização nas campanhas do governo no Dia Mundial de Combate ao Câncer, em 4 de fevereiro. Nessa data e ao longo de todo o mês, serão realizadas várias ações para alertar e combater o câncer de pênis.

Incidência da doença no país (DataSUS)

  • 2018 – 2.142
  • 2019 – 2.197
  • 2020 – 2.095
  • 2021 – 1.791

A região com maior número de casos nesses quatro anos foi o Sudeste (3.162 casos), seguido por Nordeste (2.574), Sul (1.186), Centro-Oeste (658) e Norte (645). Nesse mesmo período, a prevalência (número de casos por cada 100 mil habitantes) foi a seguinte maior no Nordeste (9,93), seguida do Centro-Oeste (9,42), Sul (8,82), Sudeste (8,09) e Norte (8,05). Os estados com maior registro de tumor de pênis são: São Paulo (1.484), Minas Gerais (1.059), Bahia (609) e Paraná (565).

Incidência de amputação no país

Uma das consequências do câncer de pênis é a amputação do órgão. De acordo com informações do Instituto Nacional do Câncer (Inca), quando se calcula os números relativos pela densidade populacional masculina local, o câncer de pênis acaba sendo mais incidente nas regiões Norte e Nordeste.

Em números absolutos, a região com maior incidência de amputação é o Sudeste, com 2.872 casos no período, seguido por Nordeste (2.104), Sul (1.134), Norte (631) e Centro-Oeste (472). Os estados com maior número de casos são: São Paulo (1.227), Minas Gerais (1.067) e Paraná (582).

  1. Sudeste – 2.872
  2. Nordeste – 2.104
  3. Sul – 1.134
  4.  Norte – 631
  5. Centro-Oeste – 472

Fatores de risco e prevenção

O I Consenso Brasileiro Sobre Câncer de Pênis, publicado no Journal of Cancer Research and Clinical Oncology em 2020, alerta que esse tipo de tumor é associado à população de baixa e média rendas. Circuncisão neonatal, não fumar e campanhas educativas para os homens saberem como higienizar adequadamente o pênis, se vacinarem contra o HPV, usarem preservativo para prevenir ISTs e detectarem lesões suspeitas, reduzem os riscos da doença, aponta o documento.

De acordo com o Datasus/Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (2013 a 2020), a média nacional de cobertura para segunda dose da vacina contra o HPV na população entre 11 e 14 anos encontra-se em 65,8% para a feminina e 35,6% para a masculina. Os estados com menor cobertura vacinal com as duas doses para meninos são: Acre (15,2%), Amapá (20,6%), Pará (22,6%) e Rio de Janeiro (23,1%). A vacina no SUS está disponível para meninas entre 9 e 14 anos e meninos entre 11 e 14 anos.

O HPV tem prevalência mundial estimada em 11,7% e a faixa etária de maior incidência é abaixo de 25 anos. Por ser uma doença na maioria das vezes assintomática e com remissão em até dois anos, muitas pessoas nem desconfiam que têm a doença e se tornam transmissoras.

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