Estudo mostra como falta de exercícios na pandemia afeta saúde
Pesquisadores da USP acompanharam um grupo de mulheres durante 16 semanas que diminui drasticamente a rotina de atividades físicas
atualizado
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Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) acompanharam um grupo de 34 mulheres desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020, a fim de entender as consequências da falta de atividades físicas. O estudo foi publicado na revista Experimental Gerontology.
Executada durante um período de apenas 16 semanas, a pesquisa concluiu que o grupo, formado por mulheres com idades entre 50 e 70 anos, diminui drasticamente suas atividades físicas externas, o que acarretou em uma piora no estado geral de saúde.
Os dados mais preocupantes apareceram nos exames clínicos. A hemoglobina glicada aumentou em 9,7% e os níveis de insulina aumentaram em 39,8%. Houve ainda um aumento de 8% nos níveis de colesterol no sangue.
Os pesquisadores ressaltam que essas alterações no perfil glicêmico podem resultar no desenvolvimento ou piora do quadro clínico do diabetes mellitus tipo 2.
Em relação à capacidade funcional, as participantes apresentaram redução significativa na força muscular, avaliada pela força de ambas as mãos, e na capacidade aeróbia, avaliada pela distância percorrida no teste de caminhada de seis minutos. Segundo os resultados, as mulheres observadas apresentaram perda de 5,6% na força muscular e de 4,4% no condicionamento aeróbico.
Mudanças na rotina e diminuição do contato pessoal são alguns dos efeitos sociais da pandemia de coronavírus. Como o ambiente físico e social e a saúde mental estão associados, a persistência da pandemia pode levar ao aumento da solidão, estresse, ansiedade e depressão.
Esse conjunto de fatores afeta outros aspectos da saúde geral, como atividade física, dieta, tabagismo e consumo de álcool, que são fatores de risco para diversas doenças cardiovasculares e metabólicas, como hipertensão, diabetes mellitus tipo 2, dislipidemia e obesidade.