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Estudo encontra substância que bloqueia replicação do vírus da dengue

Composto funciona contra os quatro sorotipos do vírus e está passando por estudo clínico para avaliar eficácia

atualizado

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João Paulo Burini/ Getty imagens
Dengue mosquito (Aedes aegypti, yellow fever mosquito)
1 de 1 Dengue mosquito (Aedes aegypti, yellow fever mosquito) - Foto: João Paulo Burini/ Getty imagens

Uma das doenças mais prevalentes no Brasil, a dengue segue, até hoje, sem um medicamento que evite a infecção ou diminua a replicação do vírus. Por ano, a doença atinge cerca de 400 milhões de pessoas no mundo – só no Brasil, em 2021, já foram notificados 103.595 casos ao Ministério da Saúde.

Quatro sorotipos do vírus podem causar a doença, e essa é uma das maiores dificuldades para desenvolver um medicamento que seja realmente eficaz contra a dengue, já que a fórmula precisa funcionar contra todas os tipos do agente infeccioso.

Pesquisadores da Katholieke Universiteit Leuven, na Bélgica, porém, parecem ter encontrado uma substância capaz de bloquear a replicação do vírus. O estudo foi publicado na revista Nature na última semana.

Estudando a dengue desde 2009, o time do professor Johan Neyts testou milhares de pequenas moléculas com potencial usando um processo automatizado até criar 2 mil compostos promissores.

Um deles parece ser eficaz contra os quatro sorotipos, pelo menos nos testes in vitro e em ratos – a substância funcionou, inclusive, para evitar a infecção em camundongos saudáveis.

Os cientistas também conseguiram observar como o vírus da dengue se reproduz dentro das células, o que pode ajudar no desenvolvimento de outras drogas para tratar a doença.

Testes em humanos

O composto encontrado pelos pesquisadores já está passando por um estudo clínico em humanos, mas os resultados só serão apresentados em novembro. Um dos problemas encontrados até o momento é que a droga funcionaria melhor nos primeiros estágios da doença, mas, em geral, a pessoa infectada só procura atendimento no terceiro ou quarto dia de sintomas.

Os cientistas não querem fazer previsões sobre quando o remédio estará disponível para as pessoas. Porém, eles alertam que, devido à necessidade de aplicação em um momento específico, seria importante conscientizar a população, e os médicos, sobre os sintomas.

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