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Estudo mostra efetividade das vacinas contra Covid para pessoas com 60 anos ou mais. Confira

Pesquisa liderada pela Fiocruz apresentou dados de “mundo real” sobre capacidade de proteção dos imunizantes Coronavac e Oxford/AstraZeneca

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Vacinação de idosos de 72 e 73 anos no Parque da Cidade
1 de 1 Vacinação de idosos de 72 e 73 anos no Parque da Cidade - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O maior estudo de “mundo real” já realizado no Brasil traz informações específicas sobre a efetividade dos imunizantes Oxford/AstraZeneca e Coronavac de acordo com as faixas etárias da população.

Liderado pelo pesquisador Manoel Barral-Netto, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o levantamento utiliza informações de 75 milhões de brasileiros vacinados contra a Covid-19 entre 18 de janeiro e 24 de julho deste ano.

Uma versão pré-print do trabalho foi divulgada na quinta-feira (26/8). Além da quantidade de dados analisados, o levantamento avança ao verificar a capacidade de proteção das vacinas no chamado “mundo real”, sem as variáveis que costumam ser controladas nos ensaios clínicos, como por exemplo as comorbidades dos pacientes ou a faixa etária dos voluntários recrutados para os testes dos imunizantes.

O estudo corresponde a um retrato sobre como as vacinas funcionaram para a população até aqui. Os dois imunizantes contra a Covid-19 analisados pelos pesquisadores foram os mais aplicados pelo Programa Nacional de Imunização no período, por isso não há um detalhamento semelhante com os resultados das vacinas Pfizer/BioNTech e Janssen, que também estão sendo administradas no Brasil.

De maneira geral, a pesquisa da Fiocruz, que contou com a colaboração de outras universidades brasileiras, traz boas notícias sobre a efetividade dos imunizantes. Tanto a Coronavac quanto a Oxford/AstraZeneca protegem os vacinados contra infecções, hospitalizações e óbitos de maneira eficiente. Essa proteção, no entanto, como já era esperado, diminui conforme a faixa etária avança.

“Já tínhamos suspeita da influência da idade na queda da efetividade, porque o mesmo ocorre com outras vacinas. O que fizemos foi delimitar claramente esse ponto de declínio. Essa é também a primeira comparação feita entre vacinas que usam diferentes plataformas”, explicou o pesquisador Barral-Netto, o líder do trabalho, à agência de notícias da Fundação Oswaldo Cruz.

Veja aqui a efetividade das vacinas de acordo com o estudo:

Taxa geral, referente a toda população

Oxford/AstraZeneca (duas doses): proteção de 72,9% contra a infecção, 88% contra hospitalização, 89,1% contra internação em UTI e 90,2% contra óbito.

Coronavac (duas doses): proteção de 52,7% contra a infecção; 72,8% contra hospitalização, 73,8% contra internação em UTI e 73,7% contra óbito.

Taxa por idade
Oxford/AstraZeneca (duas doses)

  • abaixo de 60 anos: 62,5% contra a infecção, 94,2% contra hospitalização, 95,5% contra internação em UTI e 93,3% contra óbitos.
  • entre 60 e 69 anos: 78,5% contra a infecção, 91,7% contra hospitalização, 93,2% contra internação em UTI e 89,6% contra óbitos.
  • entre 70 e 79 anos: 79,2% contra a infecção, 88,4% contra hospitalização, 87,4% contra internação em UTI e 92,5% contra óbitos.
  • entre 80 e 89 anos: 78,3% contra a infecção, 86,9% contra hospitalização, 89,3% contra internação em UTI e 91,2% contra óbitos.
  • acima de 90 anos: 46,9% contra a infecção, 54,9% contra hospitalização, 39,7% contra internação em UTI e 70,5% contra óbitos.

Coronavac (duas doses)

  • abaixo de 60 anos: 44,6% contra a infecção, 84,2 % contra hospitalização, 80,8% contra internação em UTI e 76,5% contra óbitos.
  • entre 60 e 69 anos: 55,9% contra a infecção, 78,2% contra hospitalização, 78,7% contra internação em UTI e 78,7% contra óbitos.
  • entre 70 e 79 anos: 61,9% contra a infecção, 74,0% contra hospitalização, 75,7% contra internação em UTI e 78,3% contra óbitos.
  • entre 80 e 89 anos: 57,1% contra a infecção, 63% contra hospitalização, 65,1% contra internação em UTI e 67,3% contra óbitos.
  • acima de 90 anos: 31,7% contra a infecção, 32,7 % contra hospitalização; 37,2% contra internação em UTI e 35,4% contra óbitos.

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