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Estudo: beber uma taça de vinho por dia não traz benefícios à saúde

Novo estudo derruba mito de que tomar um pouco de vinho todos os dias seria benéfico ao sistema cardíaco, mas relativiza os riscos

atualizado

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Foto ilustrativa de uma garrafa de vinho - Metrópoles
1 de 1 Foto ilustrativa de uma garrafa de vinho - Metrópoles - Foto: Pixabay

Por muitos anos, circulou o boato de que uma taça média de vinho todos os dias podia trazer benefícios para a saúde. Porém, para os que adoram tomar um cálice da bebida no fim do dia, a desculpa caiu por terra com um estudo publicado na revista acadêmica de medicina JAMA Network.

Segundo a revisão feita pelos cientistas, o consumo de álcool não traz nenhum benefício. Inclusive, é o contrário: em volume médio ou alto, a bebida pode inclusive prejudicar a saúde, abrindo brechas para doenças, especialmente cardiovasculares e neurológicas.

A pesquisa revelou que não foram encontradas vantagens na saúde de quem bebe ocasionalmente ou em pequenas quantidades diárias quando comparados aos abstêmios. Quem toma álcool socialmente, porém, pode enxergar o copo meio cheio: embora o consumo baixo não traga benefícios, também não parece estar associado significativamente a pioras de saúde.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores das universidades de Victoria, no Canadá, e de Portsmouth, no Reino Unido, compararam 107 estudos feitos sobre o tema desde os anos 1980. Essa revisão permitiu que eles analisassem históricos clínicos de mais de 4,8 milhões de pessoas em todo o mundo, desde alcoólatras a indivíduos que nunca tomaram álcool.

Mais bebida, mais risco

O que a pesquisa revela é que pessoas que consomem até 23 gramas diárias de álcool, o que seria equivalente a duas taças de vinho ou duas latas de cerveja, já têm uma taxa maior de mortalidade por doenças que a de indivíduos que não bebem.

A pesquisa aponta, porém, que quem bebe menos do que esse nível apresenta uma elevação pequena das chances de morrer mais cedo, com índices de alta no risco entre 2% a 4% — a porcentagem é tão baixa que não é considerada significativa.

Já quem supera este nível, enfrenta consequências mais graves. O pior cenário é o de pessoas com menos de 56 anos que consomem regularmente mais de 65 g de álcool, ou seja, seis latas de cerveja ou uma garrafa inteira de vinho. Neste caso, as chances de morrer mais cedo que um abstêmio sobem para 38%.

Pior para elas

A notícia é pior para as mulheres, já que o estudo mostrou que consumo regular de grandes quantidades de álcool é mais perigoso para elas. Enquanto os homens só superam os 30% de risco de morte precoce quando chegam a doses maiores que 65 g de álcool, o nível considerado extremamente alto no estudo, entre elas, a taxa já é alcançada com 45 g.

No caso de mulheres que chegam ao nível extremamente alto, as chances de morrer precocemente crescem 61%. Na dúvida, segue válida a máxima já tantas vezes repetida: se for beber, que seja com moderação.

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