Estudo atesta segurança de tratamento com plasma sanguíneo para Covid-19
Pacientes tratados nos dez primeiros dias de sintomas evoluíram melhor, segundo pesquisadores dos hospitais Albert Einstein e Sírio-Libanês
atualizado
Compartilhar notícia
Um estudo brasileiro feito com 104 pessoas diagnosticadas com Covid-19 mostrou que o tratamento com plasma sanguíneo de convalescente – a parte líquida do sangue que contém os anticorpos gerados durante o combate à doença – é seguro e pode trazer benefícios se administrado precocemente.
No método, os cientistas fazem a transfusão do sangue rico em anticorpos contra o Sars-CoV-2 obtido de doadores que já se recuperaram da infecção para pessoas doentes para reduzir a carga viral no organismo e evitar o agravamento do quadro.
Os pesquisadores dos hospitais Israelita Albert Einstein e Sírio-Libanês e do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) observaram que pacientes tratados com a terapia nos dez primeiros dias de sintomas evoluíram melhor.
Durante o estudo, 104 voluntários com mais de 18 anos e com comprometimento respiratório relevante foram tratados em diferentes fases da doença e com quantidades variadas. Uma parte delas estava internada em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e os demais em vias de serem internados.
Os que estavam produzindo anticorpos próprios antes de serem submetidos à terapia foram mais beneficiados do que os que não tinham.
O artigo com os resultados foi publicado na plataforma medRxiv e ainda precisa passar pela revisão de outros especialistas para ser publicado em revista científica. Os pesquisadores reconhecem que o estudo foi limitado por não ter incluído um grupo controle tratado com placebo. (Com informações da Agência Fapesp)