Estudo aponta que coágulos pós-vacina da AstraZeneca são muito raros
Levantamento com 280 mil pessoas feito na Dinamarca e na Noruega mostra 59 casos em 280 mil doses aplicadas
atualizado
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A rara formação de coágulos sanguíneos após a vacinação com as doses de Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19 foi responsável pela pausa na imunização em vários países e vem despertando desconfiança na população brasileira, onde o imunizante também é aplicado. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e diversas agências reguladoras afirmam que a população não deve ter medo: os benefícios superam, e muito, os riscos.
Um novo estudo publicado nesta quarta (5/5) na revista científica BMJ, uma das mais conceituadas do mundo, comprova que os eventos são muito raros. Pesquisadores da Dinamarca e Noruega analisaram informações de 280 mil pessoas entre 18 e 65 anos que receberam a primeira dose do imunizante.
Foram relatados 59 eventos de coágulos sanguíneos nos participantes — a taxa normal considerada como parâmetro de segurança era de 30 a cada 100 mil pessoas, portanto, há um excesso de 11 casos. Foram observados casos de coágulos no cérebro, na taxa de 2,5 eventos a cada 100 mil doses. Porém, não foi encontrado aumento nas chances de coágulos arteriais, que causam ataques cardíacos ou infartos.
Os cientistas consideram os resultados “bastante tranquilizadores” e alertam que os números podem ser influenciados pela melhora no sistema de vigilância epidemiológica. Eles apontam, entretanto, que não há informações sobre outros fatores de risco para coágulos nos pacientes analisados (consumo de cigarros ou uso de anticoncepcional, por exemplo), o que também pode influenciar a leitura dos dados.
“O risco absoluto de eventos tromboembólicos venosos descrito nesse estudo é pequeno, e os achados devem ser interpretados no contexto de benefícios da vacina contra a Covid-19 nos níveis individuais e sociais”, escrevem os pesquisadores.