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Estudo aponta mais eficácia da Coronavac com intervalo maior entre doses

A vacina pode ter eficácia de até 62,3% na proteção contra a Covid-19. Em casos moderados, o número pode chegar a 83,7%

atualizado

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Vacina Coronavac
1 de 1 Vacina Coronavac - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Um artigo científico em pré-print (ainda sem revisão por pares) aponta que a eficácia da Coronavac contra a Covid-19 é maior do que o dado anteriormente divulgado. A chamada eficácia primária, que representa a proteção da vacina contra a doença em qualquer intensidade, passou de 50,38% para 50,7%, chegando a 62,3% com intervalos maiores entre as doses. Contra casos moderados, o imunizante tem eficácia de 83,7%, quando o dado anterior apontava 78%.

As informações constam de artigo elaborado pelos profissionais que conduziram os testes da Coronavac no Brasil, liderados pelo Instituto Butantan. O documento foi submetido para análise da revista científica The Lancet. O estudo avaliou o efeito da vacina em 12,4 mil voluntários em 16 centros de pesquisa no País e teve os primeiros resultados divulgados pelo governo de São Paulo em 7 de janeiro. A vacina começou a ser aplicada nacionalmente no dia 18 de janeiro e a produção pelo Butantan representa a maior parte das doses distribuídas até aqui.

“Esse estudo corrobora o que já havíamos anunciado há cerca de três meses e nos dão ainda mais segurança sobre a efetiva proteção que a vacina do Butantan proporciona. Não resta nenhuma sombra de dúvida sobre a qualidade do imunizante”, afirmou em nota à imprensa Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan.

A análise divulgada neste domingo, 11, aponta que os resultados de eficácia podem melhorar se houver um intervalo maior entre as doses. No estudo, a maior parte dos voluntários receberam as vacinas com intervalo de 14 dias dada a urgência para análise do imunizante e necessidade de proteção dos profissionais de saúde

Os pesquisadores acreditam que um período de 28 dias seja o mais adequado. “Os dados sugerem que é recomendável encorajar intervalos maiores entre as doses, como 28 dias, na implementação da vacina”, escrevem no artigo.

A bula da Coronavac estipula o intervalo para a segunda dose como de 14 a 28 dias, mas a aplicação a partir do 21º já é defendida pelo Butantan desde o mês de janeiro. Um intervalo ainda maior entre as doses chegou a ser cogitado como forma de ampliar a cobertura da vacinação e acelerar a aplicação, o que acabou não sendo implementado. Um intervalo superior a 28 dias não é consenso entre os especialistas diante dos efeitos não estudados sobre a eficácia do imunizante.

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Carregamento de Coronavac chega ao Brasil
Coronavac
Intervalo para a aplicação da dose de reforço passou de cinco para quatro meses
Maria Conceição da Silva, de 73 anos, recebeu a primeira dose da vacina no dia 18/1 e retornou nesta quarta-feira (10/2) para receber a segunda dose da Coronavac, em Anápolis
Enfermeira Monica Calazans recebe segunda dose da Coronavac e padre Júlio Lancellotti é vacinado em São Paulo
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Coronavac é a vacina produzida pelo Instituto Butantan

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Carregamento de Coronavac chega ao Brasil

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Intervalo para a aplicação da dose de reforço passou de cinco para quatro meses

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Maria Conceição da Silva, de 73 anos, recebeu a primeira dose da vacina no dia 18/1 e retornou nesta quarta-feira (10/2) para receber a segunda dose da Coronavac, em Anápolis

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Enfermeira Monica Calazans recebe segunda dose da Coronavac e padre Júlio Lancellotti é vacinado em São Paulo

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Uma outra informação que consta do artigo é que a Coronavac se revelou eficaz na proteção contra as chamadas variantes de preocupação P.1 e P.2 do vírus SARS-CoV-2. “Apesar de as variantes terem várias mutações que são chave para o funcionamento de muitos anticorpos, houve uma neutralização consistente dessas variantes por parte do soro dos participantes que receberam a vacina inativada”, pontuaram os especialistas no documento.

O aumento da circulação da P.1, a chamada variante brasileira, primeiramente identificada em Manaus, é associado à vertiginosa elevação da curva de casos, internações e mortes vista no País a partir de janeiro. No início do ano, a crise em Manaus chegou a afetar o abastecimento de oxigênio, problema que se alastrou pelo Brasil a partir de fevereiro com continuidade em março, o mês mais letal da pandemia até aqui, com 66 mil mortes pela doença.

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