Estudo analisa que fusão de anticorpos reduz a mortalidade por Covid-19
Os melhores resultados foram observados nos pacientes que receberam duas bolsas de plasma convalescente no período em que estavam internados
atualizado
Compartilhar notícia
Na busca por um tratamento eficiente para a Covid-19, cientistas de diversas instituições brasileiras estudam como a infusão do plasma – a parte líquida do sangue que contém anticorpos gerados pelo sistema imunológico após uma infecção – pode ser útil na recuperação de pacientes graves da doença.
Médicos do Instituto Estadual do Cérebro (IEC), do Rio de Janeiro, analisaram o quadro clínico de pacientes internadas com Covid-19 em unidade de terapia intensiva (UTI) após receberam o tratamento. Os primeiros resultados do estudo mostraram uma tendência na redução da taxa de mortalidade deles.
Das 113 pessoas observadas, 41 receberam a infusão do plasma e 72 seguiram com o tratamento convencional. Em duas semanas, a taxa de mortalidade delas foi de 29% e 42%, respectivamente. No entanto, depois de 28 dias, os índices foram mais próximos: 49% dos pacientes tratados com plasma convalescente e 56% dos que não receberam morreram.
Ao analisar a carga viral dos pacientes, os médicos observaram que eles apresentavam melhores resultados quando recebiam duas bolsas de plasma. Nesses casos, a taxa de letalidade caiu de 40% para 17%. A justificativa é que, a concentração do novo coronavírus cai a partir do quarto dia, mas volta a subir nos dias seguintes.
Os resultados do estudo devem ser publicados em breve em uma revista científica. Em entrevista ao jornal O Globo, o diretor-médico do IEC, Paulo Niemeyer Filho, afirmou que as informações preliminares oferecem uma “possibilidade de tratamento para muita gente que não pode esperar. O plasma pode ser uma opção nas UPAs”.