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Estudo: 30% das gestantes com HIV só descobrem vírus durante pré-natal

No período de 2000 até junho de 2022, foram notificadas no país 149.591 gestantes com o vírus HIV, que pode ser passado ao bebê

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1 de 1 Imagem em preto e branco de mulher grávida com as mãos na barriga - Metrópoles - Foto: Pixabay

De acordo com dados do Ministério da Saúde, entre os anos 2000 e metade de 2022, foram registrados 149.591 casos de gestantes com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), causador da aids, no Brasil. Entre as ocorrências, 30,2% das mulheres grávidas só descobriram a infecção durante o pré-natal, a lista de exames que devem ser feitos no período que antecede o parto.

Existe a possibilidade que a mãe transmita o vírus para o bebê durante a gestação, em uma situação que é chamada de transmissão vertical. “O risco de uma mulher grávida transmitir HIV para seu bebê varia de 15% a 45%”, afirma a infectologista Sumire Sakabe, do hospital Nove de Julho.

Porém, acrescenta a especialista, o risco pode cair para menos de 2% se as mães infectadas fizerem o tratamento adequado, mantenham a carga viral indetectável, recebam medicação contra HIV durante o parto, não amamentem e mediquem seus recém-nascidos expostos ao vírus com remédios antirretrovirais, que evitam o enfraquecimento do sistema imunológico, logo após o parto.

De acordo com Sumire, os casos de aids em crianças menores de 5 anos de idade se mantiveram estáveis nos dois últimos anos, e não é o número de gestantes infectadas pelo HIV que determina a possibilidade de transmissão vertical.

A médica lembra que ter o HIV não significa ter aids. Uma pessoa que testou positivo pode viver anos sem apresentar sequer sintomas da doença. No entanto, é possível transmitir o vírus pelas relações sexuais desprotegidas.

A infectologista diz que algumas cidades, como São Paulo, conseguiram zerar a transmissão vertical. “Se uma capital deste porte, com tantas iniquidades, conseguiu garantir que mulheres infectadas pelo HIV gerem filhos livres desta infecção, certamente é possível repetir a experiência em todo o país”, acredita.

Ela ressalta a importância de testar todas as mulheres que desejam engravidar, repetir a testagem durante o pré-natal e testar também seus parceiros sexuais para verificar a existência do vírus.

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A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids
Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico
O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas
O tratamento é uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado geral de saúde da pessoa e atividade profissional, devido aos efeitos colaterais
Em 2021, um novo medicamento para o tratamento de HIV, que combina duas diferentes substâncias em um único comprimido, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
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HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebida

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A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids

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Os medicamentos antirretrovirais (ARV) surgiram na década de 1980 para impedir a multiplicação do HIV no organismo. Esses medicamentos ajudam a evitar o enfraquecimento do sistema imunológico

Hugo Barreto/Metrópoles
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O uso regular dos ARV é fundamental para aumentar o tempo e a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV e reduzir o número de internações e infecções por doenças oportunistas

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O tratamento é uma combinação de medicamentos que podem variar de acordo com a carga viral, estado geral de saúde da pessoa e atividade profissional, devido aos efeitos colaterais

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Em 2021, um novo medicamento para o tratamento de HIV, que combina duas diferentes substâncias em um único comprimido, foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

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A empresa de biotecnologia Moderna, junto com a organização de investigação científica Iavi, anunciou no início de 2022 a aplicação das primeiras doses de uma vacina experimental contra o HIV em humanos

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O ensaio de fase 1 busca analisar se as doses do imunizante, que utilizam RNA mensageiro, podem induzir resposta imunológica das células e orientar o desenvolvimento rápido de anticorpos amplamente neutralizantes (bnAb) contra o vírus

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Nos Estados Unidos, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças aprovou o primeiro medicamento injetável para prevenir o HIV em grupos de risco, inclusive para pessoas que mantém relações sexuais com indivíduos com o vírus

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O Apretude funciona com duas injeções iniciais, administradas com um mês de intervalo. Depois, o tratamento continua com aplicações a cada dois meses

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O PrEP HIV é um tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) feito especificamente para prevenir a infecção pelo vírus da Aids com o uso de medicamentos antirretrovirais

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Esses medicamentos atuam diretamente no vírus, impedindo a sua replicação e entrada nas células, por isso é um método eficaz para a prevenção da infecção pelo HIV

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É importante que, mesmo com a PrEP, a camisinha continue a ser usada nas relações sexuais: o medicamento não previne a gravidez e nem a transmissão de outras doenças sexualmente transmissíveis, como clamídia, gonorreia e sífilis, por exemplo

Keith Brofsky/Getty Images

Algumas pessoas, segundo Sumire, podem ter dificuldades em fazer tratamento contra HIV ou por medo, desconhecimento, falta de apoio, falta de recursos, vergonha, estigma, problemas sociais, uso de drogas e/ou álcool, ou empobrecimento. Mas ela diz que, via de regra, uma gestação, mesmo quando não planejada, aflora a força e resiliência nas futuras mães.

“Quantas mulheres deixam de fumar e beber no momento em que se descobrem grávidas? De forma análoga, para a maioria das grávidas infectadas, gestar um bebê faz com que caprichem ainda mais na tomada dos seus remédios por elas e para o bebê que chega”, analisa a infectologista.

Ela destaca que, hoje, viver com HIV não significa nenhuma restrição. As mulheres que possuem o vírus têm ferramentas para deixar o risco de transmissão para o bebê muito baixo.

O que se sabe sobre o HIV

É falso dizer, por exemplo, que o HIV pode ser transmitido pela masturbação a dois; pelo beijo no rosto ou na boca; suor e lágrima; picada de inseto; aperto de mão ou abraço; uso compartilhado de sabonete, toalha, lençóis, talheres, copos, assento de ônibus, piscina e banheiro; doação de sangue; ou pelo ar.

No Brasil, existem exames laboratoriais e testes rápidos que detectam os anticorpos contra o HIV dentro de 30 minutos. Eles são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).

O governo distribui gratuitamente os antirretrovirais (ARV) para todas as pessoas vivendo com HIV que necessitam de tratamento. Atualmente, existem 22 medicamentos, em 38 apresentações farmacêuticas, disponíveis.

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