Cientistas listam 14 atitudes de saúde para evitar a demência
Relatório publicado na revista The Lancet listou fatores de risco para a demência e acrescentou recomendações para evitá-los
atualizado
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A demência é caracterizada por uma diminuição lenta e progressiva da função cerebral, afetando a memória, a capacidade cognitiva e a autonomia do indivíduo. No entanto, de acordo com um relatório divulgado na última quarta-feira (31/7), metade dos casos de demência pode ser evitados se as pessoas seguirem hábitos de saúde simples e os responsáveis por políticas públicas tomarem algumas decisões.
A revisão foi realizado por uma comissão de especialistas e publicada na revista científica The Lancet. O estudo dá sequência a um outro de 2020, que listou 12 fatores associados ao problema e enfatizou a importância da prevenção.
A atualização adiciona mais dois fatores de risco para quadros demenciais: a perda de visão e o colesterol alto.
“Nosso relatório revela que há muito mais que pode e deve ser feito para reduzir o risco de demência. Nunca é muito cedo ou muito tarde para agir”, destacou Gill Livingston, autora principal, em comunicado.
Os 14 fatores de risco para demências apontados pelos pesquisadores são:
- baixo nível educacional;
- colesterol alto;
- consumo excessivo de álcool;
- depressão;
- diabetes;
- falta de atividade física;
- falta de contato social;
- hipertensão;
- lesões graves na cabeça;
- obesidade;
- perda de audição;
- perda de visão;
- poluição do ar;
- tabagismo.
Em comunicado à imprensa, o neurologista Masud Husain, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, afirmou que se concentrar nos fatores de risco é “é muito mais econômico do que desenvolver tratamentos de alta tecnologia que até agora têm sido decepcionantes em seus impactos em pessoas com demência estabelecida”.
O grupo de pesquisadores sugere diferentes recomendações que vão desde as pessoais – como usar capacete ao andar de bicicleta até as governamentais, como melhorar o acesso à educação e combater a poluição.
“É vital que, como sociedade, desenvolvamos medidas para manter o cérebro das pessoas o mais saudável possível, principalmente porque a demência é agora a principal causa de morte”, disse o professor Charles Marshall, da Queen Mary University de Londres em entrevista ao The Sun.
A diretora executiva de pesquisa na Alzheimer’s Research UK Susan Kohlhaas afirmou que a demência não precisa fazer parte do envelhecimento. Também destacou que encontrar maneiras para preveni-la é crucial.
“Muitos desses fatores são coisas sobre as quais nós podemos evitar no plano individual, como fumar, mas outros, como a poluição do ar e a educação infantil, vão além do que podemos fazer e enfrentá-las exigirá mudanças estruturais na sociedade para dar a todos a melhor chance de uma vida saudável”, observou Susan.
As 14 recomendações estabelecidas para evitar a demência pela Comissão Lancet 2024 são:
- Boa educação e estimulação mental na vida adulta;
- Aparelhos auditivos para perda auditiva;
- Tratamento para depressão;
- Proteção da cabeça em esportes de contato;
- Exercícios regulares;
- Não fumar;
- Reduzir a pressão arterial elevada;
- Reduzir o colesterol alto;
- Mantenha um peso corporal saudável;
- Reduzir o alto consumo de álcool;
- Evitar o isolamento social na velhice;
- Testes e óculos para perda de visão;
- Prevenir diabetes;
- Reduzir a poluição do ar.
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