Estresse crônico pela Covid-19 deve provocar nascimento de bebês menores
Dupla de cientistas afirma que em situações de muito nervosismo em gestantes o crescimento do feto pode ser prejudicado
atualizado
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De olho nas consequências futuras da pandemia de Covid-19, uma dupla de pesquisadores afirma que o estresse crônico causado pela situação em gestantes pode ser responsável por uma geração inteira de bebês menores.
Segundo os professores Barry Bogin, da Universidade de Loughborough, no Reino Unido, e Carlos Varea, da Espanha, a situação já aconteceu, em menor escala, em outros momentos traumáticos. Foram estudadas mães e recém-nascidos durante a crise financeira da Espanha de 2008 e gestantes que viveram de perto os atentados terroristas de 11/9, nos Estados Unidos, por exemplo.
Em artigo publicado no American Journal of Human Biology, os pesquisadores afirmam que serão necessárias duas gerações para que se entenda exatamente as consequências do estresse durante a pandemia. Para eles é uma hipótese forte a de que os bebês nasçam menores e mais leves nos próximos meses.
O estresse crônico citado pelos cientistas inclui insegurança com a situação financeira e de moradia, medo de perder o emprego ou o parceiro. “O medo da doença se espalha tão rápido e profundamente quanto a própria doença”, dizem.
Entre as consequências de o bebê nascer muito pequeno estão um risco maior de dificuldades de aprendizado, problemas psicológicos, infecções, obesidade na vida adulta, diabetes e doenças do coração.