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Estresse crônico: quais são os efeitos no corpo e como reduzir

O estresse crônico é uma resposta prolongada do corpo e da mente a fatores estressores constantes e pode causar sérios prejuízos à saúde

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1 de 1 Imagem mostra pessoa de roupa preta sentada em um tapete listrado e encostada em um sofá de couro. Ela está com as mãos no rosto - Metrópoles - Foto: Getty Images

O estresse é uma resposta natural do corpo que ocorre quando enfrentamos situações de perigo ou ameaça. Nesses momentos, o organismo entra em estado de alerta, resultando em mudanças físicas e emocionais.

Quando o corpo fica atento por períodos prolongados, diversas funções corporais são afetadas, resultando em problemas como insônia, hipertensão, enfraquecimento do sistema imunológico e aumento do risco de doenças cardiovasculares e mentais.

O cardiologista Rafael Silva Côrtes, do Hospital Santa Lúcia, em Brasília, explica que ao contrário do estresse agudo, que é uma resposta temporária a uma situação específica, o estresse crônico persiste por um longo período, levando o corpo a um estado constante de alerta, e pode resultar em sobrecarga nos sistemas fisiológicos.

Ficar constantemente em estado de alerta pode aumentar a atividade do sistema nervoso simpático (que liga as respostas de luta ou fuga) e do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (conjunto de glândulas que produzem hormônios), resultando na liberação de substâncias como adrenalina e cortisol.

Esses hormônios podem causar aumento da frequência cardíaca, constrição dos vasos sanguíneos e, consequentemente, elevação da pressão arterial.

“O estresse crônico também pode levar a uma inflamação sistêmica do corpo e desencadear ou acelerar a formação de placas de gorduras nas veias e artérias, um quadro conhecido como aterosclerose. A longo prazo, essas alterações também podem desencadear doenças graves, como infarto agudo do miocárdio e AVC“, afirma.

Efeitos do estresse no corpo

Em momentos de estresse, o hormônio cortisol é uma das substâncias mais importantes liberadas. Ele se liga aos receptores localizados nos leucócitos (glóbulos brancos), levando a uma redução das funções do sistema imunológico (imunossupressão).

Se a condição persistir por um período prolongado, pode facilitar o surgimento e o avanço de doenças no organismo. A psicóloga Vanessa Mello, que atende em Brasília, lembra que o corpo está ligado à mente e vice-versa — um interfere no outro.

Confira doenças associadas ao estresse:

  • Síndrome de burnout;
  • Síndrome do pânico;
  • Insônia;
  • Depressão;
  • Ansiedade;
  • Transtornos alimentares;
  • Hipertensão;
  • Doenças de pele;
  • Prisão de ventre;
  • Envelhecimento precoce.

Causas do estresse crônico

A psicóloga Vanessa explica que o estresse crônico é causado diversos fatores, que incluem:

• Estresse no trabalho;
• Problemas financeiros;
• Grandes mudanças na rotina;
• Problemas familiares;
• Luto;
• Preocupação constante.

De acordo com a psicóloga, o estresse é considerado um problema quando começa a afetar a saúde, a vida profissional e as relações interpessoais, gerando transtornos na rotina e na qualidade de vida da pessoa.

O que fazer para evitar o problema?

A Vanessa aconselha que a pessoa busque ajuda médica para identificar as causas específicas do estresse e realizar as devidas mudanças na rotina. Além disso, ter fontes de prazer saudáveis, como desenhar, pedalar, pintar e praticar atividades físicas, é importante no processo.

Rafael complementa que algumas estratégias são eficazes para reduzir os efeitos do estresse crônico na saúde. Confira:

1 – Exercício físico

A prática regular de exercícios é uma medida eficaz para reduzir os níveis de estresse. O cardiologista alerta que é necessário que a atividade física seja um hábito, realizada de forma constante e persistente.

Recomenda-se, pelo menos, 150 minutos de exercício durante a semana.

Foto mostra mulher correndo a noite. Exercício noturno prejudica o sono
A prática de exercícios aeróbicos minimiza os níveis de estresse e ansiedade

2 – Técnicas de relaxamento

Meditação, ioga e exercícios de respiração são eficazes para reduzir a resposta ao estresse.

3 – Suporte social

Manter conexões sociais fortes com amigos e familiares pode fornecer suporte emocional e reduzir a sensação de isolamento.

4 – Terapia cognitivo-comportamental

Pode ajudar a mudar padrões de pensamento negativos e desenvolver habilidades de enfrentamento mais saudáveis.

5 – Intervenções farmacológicas

Em alguns casos, medicamentos podem ser necessários para controlar os sintomas de ansiedade e depressão associados ao estresse crônico.

6 – Alimentação saudável

Uma dieta equilibrada e nutritiva é essencial para os neurotransmissores sintetizarem e equilibrarem o humor e a resposta ao estresse.

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