“Estamos cansados. Precisamos terminar a pandemia”, diz diretor da OMS
Tedros Adhanom chamou atenção das autoridades às estratégias equivocadas de relaxamento das medidas restritivas da Covid-19
atualizado
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O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou, nesta terça-feira (1º/2), que o mundo está cansado da pandemia da Covid-19 e acabar com ela é uma questão de escolha das autoridades mundiais. Para isso, é fundamental que a meta de vacinar 70% das populações de todo o mundo até meados de 2022 seja cumprida.
“Todos estamos cansados. O mundo não aguenta mais e nós precisamos terminar essa pandemia. Temos meios de fazer isso”, disse Adhanom, durante a conferência virtual semanal sobre a Covid-19 da OMS.
“Eu espero que se lembrem, várias vezes falei que terminar essa pandemia não é uma questão de sorte, mas de escolha. Se terminarmos de vacinar 70% da população mundial, aí poderemos terminar a pandemia”, continuou.
O chefe da OMS lembrou que há dois anos fez o anúncio de que o mundo enfrentava uma emergência de saúde pública de interesse internacional, o mais alto nível de alarme da entidade. Na ocasião – em 30 de janeiro de 2020 – havia menos de 100 casos de Covid-19 notificados e nenhuma morte confirmada fora da China.
Atualmente, existem mais de 370 milhões de casos confirmados em todo o mundo, com aproximadamente 5,6 milhões de mortes provocadas pela infecção do coronavírus. Houve um aumento significativo de casos após a descoberta da variante Ômicron, há dez semanas.
“Quase 90 milhões de casos foram relatados à OMS nas últimas semanas, mais do que em todo o ano de 2020. Começamos agora a ver um aumento muito preocupante de mortes na maioria das regiões do mundo”, destacou Adhanom.
Fim das restrições
O diretor da OMS considerou equivocada a decisão de alguns governos de reduzir as medidas restritivas usando a evolução da pandemia em outros países como modelo, ou as evidências de que a variante Ômicron, que é altamente transmissível, é menos letal do que as anteriores.
“Estamos preocupados que uma narrativa tenha se consolidado em alguns países de que, por causa das vacinas e devido à alta transmissibilidade e menor gravidade da Ômicron, a prevenção da transmissão não é mais possível ou necessária. Nada poderia estar mais longe da verdade”, disse.
Na reunião, outros diretores da OMS destacaram a importância de os governos continuarem a incentivar o uso de máscaras, o distanciamento social e a vacinação correta da população.
“Não estamos pedindo que nenhum país retorne ao lockdown. Mas estamos pedindo a todos os países que protejam seus povos usando todas as ferramentas do kit, não apenas as vacinas”, disse Adhanom.