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Está grávida? Saiba o que mudou nas maternidades em tempos de Covid-19

Restrições em relação às visitas e fluxo diferenciado foram algumas das alterações que os centros obstétricos do DF foram obrigados a fazer

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Mulher grávida acariciando barriga
1 de 1 Mulher grávida acariciando barriga - Foto: Unplash

A plaquinha toda enfeitada na porta do quarto da maternidade anuncia: ali nasceu mais um bebê, pronto para ser festejado por parentes e amigos. A tradição gostosa das primeiras horas após o parto, no entanto, está diferente em tempos de Covid-19. E não é só ela. Os cuidados diante da pandemia do novo coronavírus forçaram mudanças comportamentais e estruturais nas maternidades desde o pré, passando pelo parto até chegar ao pós.

As parturientes estão lidando com essa nova realidade desde março. “Elas (gestantes) estão com muito medo, todas querem ir embora o quanto antes (assim que chegam ao hospital). Estão temerárias, com receio de ficar em ambiente hospitalar, mas, no geral, a gente consegue acalmá-las. E elas veem que a estrutura está adaptada e segura”, relata Cibele Bertoldo, coordenadora geral da obstetrícia do Hospital Santa Luzia.

Recepção exclusiva, fluxo diferenciado em relação aos pacientes do pronto-socorro, redução de acompanhantes e visitas, alta precoce, entre outras medidas, fazem parte do processo de segurança necessário.

Em sua segunda gestação, a analista de sistemas Luciana dos Santos, 39 anos, admite estar com “muitos medos”. Preocupada com o mundo que seu novo bebê irá enfrentar, ela afirma que tem tomado uma série de cuidados especiais. “A pandemia pegou todo mundo de surpresa surgiram muitos outros medos, além dos normais da maternidade. A primeira decisão que acertamos aqui em casa é que, mesmo que exista a possibilidade, não vamos querer nossos familiares e amigos na maternidade. O contexto do nascimento da nossa filha em meio a esse caos já é preocupação suficiente para nós e não queremos expor ninguém ao risco de contaminação.”

Grávida pela primeira vez, a servidora pública Larissa Santos Araujo, 35 anos, também relata receios. “Principalmente no início da pandemia, havia muita desinformação, notícias de mortes de mães com Covid. Esse tipo de informação me assustou muito, mas tenho tomado todos os cuidados para não pegar o vírus”, desabafa.

Cientes dos riscos que envolvem o novo coronavírus e da insegurança das gestantes, os hospitais adaptaram as estruturas e têm feito de tudo para tranquilizar as futuras mães. O Metrópoles ouviu diversas maternidades do Distrito Federal e mostra adaptações feitas no período.

Hospitais públicos

– Com a pandemia da Covid-19, cada Superintendência Regional de Saúde definiu normas de funcionamento, levando em conta o espaço físico disponível e os protocolos clínicos;
– Ao dar entrada no hospital, a gestante é informada sobre a questão do coronavírus e a importância de reduzir a circulação de pessoas para diminuir os riscos de contaminação;
– Cada gestante tem direito a um acompanhante, que não esteja com sintomas gripais. As pacientes são orientadas a dar preferência a acompanhantes fora dos grupos de risco para Covid-19;
– Alguns hospitais estenderam os turnos de acompanhamento de 6 para 12 horas, para reduzir o fluxo de pessoas. As maternidades também diminuíram ou eliminaram os horários de visitas;
– Gestantes que apresentam sintomas da Covid-19 são transferidas para internação no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN).

Maternidade Brasília (informações de Evandro Silva, ginecologista e obstetra)

– Possui o Hospital Brasília como resguardo. Caso a gestante teste positivo para Covid-19, ela tem o bebê no Hospital Brasília. Essa transferência é feita caso na triagem a gestante apresente sintomas ou o teste positivo;
– As visitas foram reduzidas de 3 acompanhantes para apenas 1.
– Uma ala da maternidade foi adaptada para gestantes que tenham necessidades especiais.
– A equipe de médicos foi aumentada em um plantonista a mais durante os turnos (um obstetra), para que ele não precise deixar a sala durante o procedimento;
– Durante o parto, as doulas e os fotógrafos, para que possam acompanhar a mãe, têm que passar por um cadastro e avaliação;
– Em caso de parto normal, o tempo de permanência no quarto tem sido, em média, 24h. Em casos de cesárea, 36h a 48h;
– Na sala de recuperação, elas ficam isoladas. Cada paciente fica em um box. Sempre com um único acompanhamento;
– Não é permitido visita no quarto.

Hospital Santa Helena (informações de Sefora Almeida, diretora médica do hospital)

– Inaugurada em 17 de março de 2020, a maternidade tem uma recepção própria, chamada de Centro da Mulher;
– Pacientes com síndrome gripal são encaminhados para outro setor, o de pronto-socorro, onde passa a seguir um fluxo isolado.
– Toda a equipe técnica faz teste de Covid-19 a cada 15 dias.
– Gestantes saudáveis e aptas ao parto normal dispõem de um andar com duas salas humanizadas (banheira, iluminação especial) para fazer o parto;
– Durante  o parto é permitido um acompanhante e até uma outra pessoa escolhida pela gestante (doula, fotógrafo, fisioterapeuta);
– Já no quarto, a visita também está restrita a um acompanhante, sendo possível uma troca no prazo de 12h.

Hospital Santa Lúcia (informações de Bruna Pitaluga, médica obstetra do Centro de Medicina Fetal e Gestação de Alto Risco)

– O fluxo de toda a maternidade foi separado dos atendimentos de pronto-socorro (há um corredor, uma sala e uma recepção só para maternidade);
– Pacientes com sintomas gripais são encaminhadas para um atendimento separado;
– Durante o parto, é permitido a entrada de um acompanhante (pai ou outro parente);
– É permitida a presença da equipe que a gestante escolheu para ela (obstetra, enfermeira, doula, fisioterapeuta), desde que estejam assintomáticos;
– A visita ao quarto da mãe está restrita a um acompanhante;
– A alta precoce depende da indicação clínica.

Hospital Santa Luzia (informações de Cibele Bertoldo, coordenadora geral da obstetrícia)
– Gestantes possuem um fluxo diferenciado dentro do hospital;
– Grávidas com Covid-19 têm técnicos de enfermagem exclusivos, além de uma nova ala com leitos, fora da maternidade tradicional;
– Durante o parto está permitido apenas a presença de um acompanhante (pai ou outro parente). Doula, fotógrafo, fisioterapeuta, antes permitidos, estão vetados durante este período;
– Na maternidade é permitido um acompanhante e uma troca dele durante o turno (24 horas);
– Flores, bombons, presentes, entre outros mimos para a mãe e o bebê estão sendo retidos na recepção e são entregues ao acompanhante;
– A alta precoce tem sido estimulada, mas sempre com segurança. É necessário mãe e bebê estarem bem para ter a liberação;
– O bebê deixa a maternidade com todos os exames feitos;
– Dispõe de um pronto-socorro específico para qualquer paciente com sintoma gripal (atendimento segregado).

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