Está brigando com a balança? Saiba as consequências do efeito sanfona
Dietas restritivas levam à perda rápida de peso, mas não garantem que o processo de emagrecimento seja saudável e sustentável
atualizado
Compartilhar notícia
Alimentações extremamente restritivas com pouca ingestão calórica para perda rápida de peso costumam colaborar para o chamado efeito sanfona, que é o processo cíclico de engordar e emagrecer. Além de causar deficiências nutricionais e imunológicas, esse comportamento gera consequências emocionais para você e cardiovasculares para o seu corpo.
Segundo o cardiologista Gabriel Romão Borges Piau, membro titular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o maior risco do efeito sanfona é a liberação de citrinas pró-inflamatórias, que podem provocar o desenvolvimento de infarto e acidente vascular cerebral (AVC). “O efeito sanfona provoca desequilíbrio metabólico, que é exacerbado quando diminuímos de peso muito rapidamente somente com a dieta, sem nos dedicarmos à prática regular de exercícios”, explica o profissional.
A inadequação da rotina alimentar com as atividades físicas é a principal explicação para o ganho recorrente de peso após dietas. Na maioria das vezes em que o emagrecimento é acelerado, a perda de peso não é saudável, ou seja, há eliminação de líquidos, gordura e massa muscular. Isso pode desencadear doenças, como a diabetes e a hipertensão. “Perder massa muscular é ruim, pois gera uma adaptação hormonal e metabólica negativa, reduzindo o nível de hormônios, como a testosterona, e aumentando o nível de cortisol”, explica a endocrinologista Wanessa Stival, do Instituto Castro e Santos.
Segundo a médica, uma boa estratégia para o emagrecimento sustentável é retirar alimentos como refrigerantes, doces e junk food da rotina de alimentação para sempre, além de avaliar e tratar alterações hormonais. A especialista reforça a importância de o processo de emagrecimento ser acompanhamento por um profissional de saúde e da inclusão de atividades físicas na rotina.
O psicólogo Vladimir Melo afirma que o processo de emagrecimento pode ser atrapalhado por problemas emocionais, como a depressão, a bipolaridade e a compulsão alimentar. “Provavelmente, se não há uma condição clínica associada, o efeito sanfona é sinal de que há uma instabilidade emocional que precisa ser avaliada”, pondera.