Esquizofrenia é 2º maior fator de risco para morte por Covid-19, sugere estudo
Levantamento americano mostra que pacientes tem 2,7 vezes mais chances de falecer pela infecção do que pessoas sem a condição
atualizado
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Um estudo feito pela NYU School of Medicine com o hospital NYU Langone, nos Estados Unidos, descobriu que pacientes com esquizofrenia têm 2,7 vezes mais chances de morrer em consequência da Covid-19 do que pessoas sem a doença.
Esta taxa tornaria a condição o segundo fator de risco mais perigoso para a infecção. O primeiro seria a idade – idosos com mais de 75 anos teriam 35,7 vezes mais chances de morrer de Covid-19 do que pacientes mais jovens. Sexo masculino e histórico de doenças cardíacas ficariam logo depois da esquizofrenia no ranking.
“Nossos achados mostram que pessoas com esquizofrenia são extremamente vulneráveis aos efeitos da Covid-19. Com essa descoberta, responsáveis pela saúde pública podem priorizar melhor a distribuição de vacinas, testes e cuidado médico para esse grupo”, explica Katlyn Nemani, autora da pesquisa, ao site EureKAlert.
Foram analisados os dados de 7.348 pacientes tratados em Nova York entre março e maio de 2020. Entre eles, 14 foram diagnosticados com esquizofrenia, distúrbios de humor, ou ansiedade. Os dados foram cruzados com a taxa de mortalidade 45 dias depois do resultado positivo para o coronavírus.
A pesquisa foi publicada no periódico científico JAMA Psychiatry. Os cientistas ainda querem entender por que os pacientes são mais vulneráveis à infecção: uma hipótese é que a maneira como a doença age torne o corpo mais fragilizado para lidar com infecções como a Covid-19. Algum problema no sistema imunológico, possivelmente relacionado ao código genético do indivíduo, poderia estar por trás da reação.
Os pesquisadores reconhecem que há limitações na abrangência da pesquisa, mas sugerem que o assunto seja aprofundado.
Veja na galeria como o coronavírus age no corpo: