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Espermidina: suplemento promete longevidade, mas pode ter limitações

Várias pesquisas associam a espermidina à fertilidade e à longevidade, mas a suplementação ainda não foi testada em humanos

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Fotografia mostra vários comprimidos, potes com pós coloridos, frascos em spray e flores representando suplementos naturais - Metrópoles
1 de 1 Fotografia mostra vários comprimidos, potes com pós coloridos, frascos em spray e flores representando suplementos naturais - Metrópoles - Foto: Getty Images

Encontrada pela primeira vez no esperma humano, a espermidina é um composto químico alçado ao status de milagroso ao ser associado ao aumento da fertilidade e da longevidade em estudos feitos com ratos e em laboratório nos últimos anos.

A substância está presente em diversos alimentos, especialmente em grãos integrais, vegetais, cogumelos e leguminosas, e também pode ser encontrada em suplementos. Porém, apesar de as informações apontarem para benefícios na ingestão do composto, é preciso cuidado, alertam especialistas.

A espermidina atuaria como um gatilho para o sistema imunológico, potencializando a autofagia celular: ela ajudaria as células a identificarem as suas partes desfuncionais, eliminando-as, ao passo que contribuiria para a posterior regeneração da unidade.

De acordo com a nutricionista Nathália Guimarães, do Rio de Janeiro, a substância está presente no trigo, na couve, na ervilha, cogumelos e até em alguns tipos de queijo. Por estar em uma variedade tão grande de alimentos, não é tão difícil inserir a espermidina na ingestão diária — mas não há consenso de quanto da substância seria necessário para o bom funcionamento do organismo.

Veja galeria de alimentos que ajudam a aumentar a imunidade

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O salmão é rico em ômega 3

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As sementes de girassol, assim como as castanhas, são ricas em selênio e espermidina

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A batata doce também está na lista de alimentos que favorecem a imunidade, pois é rica em vitamina A

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Benefícios limitados da espermidina

Vários estudos indicam a eficácia da espermidina na prevenção e tratamento de diversas doenças — mas todos foram feitos em ratos ou em laboratório. Um levantamento suíço publicado em 2021 mostra que a substância pode ajudar a tratar lesões do fígado pelo uso de álcool, e uma investigação alemã divulgada no mesmo ano sugere que o composto pode agir atenuando alergias.

A pesquisa mais famosa sobre a espermidina, publicada em 2017 por pesquisadores do Texas A&M, aponta que a suplementação leva ao aumento de 25% da longevidade. Em 2023, uma equipe de biólogos chineses mostrou que a espermidina pode estar envolvida na melhora da fertilidade.

Porém, antes de considerar o efeito do composto como um milagre, é importante ressaltar que nenhuma das pesquisas citadas foi feita em humanos — por isso, ainda não há comprovação sobre os efeitos da espermidina no nosso organismo, tampouco os efeitos colaterais da suplementação.

Para a ciência, ainda é cedo para dizer que a espermidina traz benefícios às células humanas. Outras pequenas moléculas também estão sendo estudadas e se mostram promissoras no combate ao envelhecimento: alguns exemplos são a metformina, a rapamicina e o resveratrol.

Por isso, o médico Advides Ingre, especialista em endocrinologia, aponta que é preciso ter cuidado ao incluir a substância em dietas, especialmente se for na forma de suplemento. “As evidências que apoiam o uso desse suplemento são muito baixas, elas nem chegam a ser justificáveis”, alerta.

Além de ser um desperdício de dinheiro, a ingestão de suplementos de espermidina pode estar associada a efeitos prejudiciais desconhecidos no organismo. O ideal, portanto, é evitar a ingestão além da alimentação comum até que as pesquisas estejam mais avançadas.

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